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Marink Martins: Sobre a expansão de múltiplo da MGLU3

16 maio 2019, 20:02 - atualizado em 16 maio 2019, 20:18

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Por Marink Martins, do MyVOL e autor da newsletter Global Pass

Não faz muito tempo, expressei por aqui três formas de pensar o mercado:

Alinhamento com processos de reversão à média

Alinhamento com movimentos associados a tendência

Alinhamento com processos transformacionais de longo prazo

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As duas primeiras estão ligadas a estratégias de curto prazo. Elas exigem uma maior sintonia com os mercados e uma postura ativa por parte do investidor/especulador.

A terceira, entretanto, é aquela mais desperta curiosidade, pois quem não se fascina com processos transformacionais? Tais processos são certamente raros, porém, quando ocorrem tem a capacidade de “fazer” diversos milionários.

Um dos mais fascinantes destes casos na bolsa brasileira foi o da empresa Magazine Luiza. Uma arrancada no fim de 2016 fez com que as ações da empresa se valorizassem mais de 4.000%. Algo expressivo o suficiente para transformar uma posição de dez mil reais em algo próximo a R$400.000.

Mas o que será que aconteceu com a empresa que justificasse tamanha valorização? Uma conversa com analistas da área de varejo certamente aponta para o pioneirismo da empresa brasileira ao implementar uma estratégia de multicanais de distribuição no país (“omni channel”).

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Mesmo assim, sem entrar em detalhes sobre a transformação incorrida pela empresa, confesso que quando olho a evolução de seus resultados e alterações patrimoniais ainda fico chocado com o ocorrido.

Digo isso pois uma significativa parte da apreciação no preço de suas ações está relacionada a uma expansão de múltiplos quase sem precedentes no Brasil.

A MGLU3, mesmo após a queda dos últimos dias, negocia com um múltiplo superior a 50x o seu lucro registrado em 2018; algo na casa de R$600m.

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Só para efeito de análise, se aplicarmos um múltiplo de 20x, que convenhamos não é nada baixo, isso implicaria em um valor justo próximo a R$70; uma queda de mais de 60% dos preços atuais.

Mas imagino que haja diversas razões que justifiquem tamanho exuberância neste processo de avaliação. Uma delas, por exemplo, é o fato de que a Amazon, que também negocia a múltiplos expressivos, poderá adquiri-la pagando um prêmio expressivo.

Uma outra, de fundo mais orgânico, tem a ver com a expectativa de crescimento de seus lucros. Mas aí, neste caso, devemos levar em consideração que mesmo que a empresa consiga lucrar R$1 bi daqui a 3 anos, o seu P/L projetado ainda estaria em 30x!

Daí pode-se concluir que este fenômeno de expansão de múltiplo está intimamente conectado aos múltiplos praticados no mercado externo, e subsequentemente, a uma expectativa de que empresas estrangeiras irão entrar no mercado brasileiro e justificar tal comportamento. Algo certamente especulativo que poderá ser revertido em caso de uma desaceleração econômica nos EUA.

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