Marisa (AMAR3): CVM manda varejista refazer balanços dos últimos 3 anos para incluir provisões

A Marisa (AMAR3) recebeu da Superintendência de Relações com Empresas da CVM determinação para refazer as demonstrações financeiras anuais de 2022 a 2024 e os formulários de informações trimestrais de 2023, a 2025, mostra fato relevante divulgado ao mercado nesta sexta-feira (3).
O órgão regulador quer que a Marisa constitua provisões sobre processos tributários envolvendo a M Serviços, controlada indireta da companhia que atua como prestadora de serviços do balcão das lojas.
As provisões consistem em valores separados nas demonstrações financeiras que serão destinados para uma obrigação futura provável de acontecer, mas que ainda não está completamente definida. Com a determinação da CVM, a Marisa precisaria refazer os balanços dos últimos três anos para incluí-las, o que pode afetar indicadores.
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O que diz a Marisa (AMAR3)
No comunicado desta sexta, a Marisa coloca que, nas notas explicativas das demonstrações de 31 de dezembro de 2024, seus assessores jurídicos qualificaram a probabilidade de perda desses processos tributários como “possível”, termo que, sob as normas contábeis, não exige a constituição de provisão.
A Marisa também recorda que houve uma decisão administrativa recente favorável à empresa, fato que fundamentou a não constituição de provisão até o momento.
No entanto, a área técnica da CVM entende que há necessidade do reconhecimento das provisões. A Marisa está avaliando a decisão para decidir se entrará com recurso solicitando efetivo suspensivo, de maneira que não precise refazer as demonstrações imediatamente.
Vale pontuar que o último balanço anual da Marisa saiu com uma ressalva pela BDO. De acordo com a empresa de auditoria, o passivo não circulante da varejista está subavaliado e o patrimônio líquido está superavaliado em R$ 195,6 milhões. Além disso, o prejuízo do exercício está subavaliado em R$ 40,9 milhões no resultado de 2024.
Sem as provisões no balanço, a Marisa registrou um prejuízo líquido de R$ 315,8 milhões em 2024. A varejista vale hoje pouco mais de R$ 600 milhões na B3.