MBRF (MBRF3): XP estreia recomendação e estabelece preço-alvo para nova gigante de alimentos

A XP Investimentos iniciou sua cobertura para as ações da MBRF (MBRF3), que nasceu da fusão entre Marfrig e BRF, e estreou na B3 no dia 23 de setembro. A instituição conta com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20,90 (potencial de alta de 10%) por ação.
Os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak continuam construtivos com relação à estratégia de diversificação geográfica e de proteínas da companhia, além do potencial de geração de valor no longo prazo.
Apesar disso, por conta das margens da carne bovina nos EUA mais apertadas pelo atual ciclo do gado e a inevitável normalização das margens de frango no Brasil, eles veem um cenário desafiador para impulso dos resultados.
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“O valuation parece esticado no curto prazo, com o papel negociando a 5,9x EV/Ebitda 2026E e com um yield de FCF modesto, o que nos leva a crer que a ação deve continuar de lado por enquanto”, explicam.
MBRF: O curto prazo e a dependência do frango
A nova empresa, que já nasce como uma das maiores companhias de alimentos do mundo, conta com receita líquida e Ebitda estimados pela XP em R$ 163,8 bilhões e R$ 12,8 bilhões para 2026, respectivamente.
Apesar de estarem construtivos com relação à criação de valor no curto prazo e à capacidade da gestão de entregar as sinergias prometidas, os analistas acreditam que os ciclos da proteína e o momentum dos resultados terão papel mais relevante.
Isso deve manter o mercado em modo “esperar e ver”, dado que o valuation de curto prazo está pressionado pelas margens apertadas da carne bovina nos EUA e pela esperada normalização das margens de frango no Brasil.
“Nos próximos dois anos, estimamos que a BRF será responsável, em média, por cerca de 80% do Ebitda da companhia, tornando o ritmo de normalização das margens de frango um driver-chave para o valuation e para revisões de lucro no curto prazo”.