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Melhora de cenário político no Peru ajuda títulos, diz Credicorp

18 set 2020, 17:10 - atualizado em 18 set 2020, 17:10
Congresso do Peru
O país será ajudado pelo possível apaziguamento da recente turbulência política envolvendo o presidente do Peru, Martín Vizcarra (Imagem: Facebook/ Congresso do Peru)

O mais recente drama político do Peru provavelmente chegou ao fim, criando uma oportunidade para comprar títulos públicos locais, de acordo com um dos maiores fundos de investimento da região andina.

“A dívida do Peru continua atraente”, disse Darío Valdizán, chefe de pesquisa buy-side da Credicorp Capital Asset Management em Lima, que administra US$ 8,9 bilhões, principalmente de ativos latino-americanos, e assessora outros US$ 10,3 bilhões em fundos de terceiros.

O Peru, junto com o Chile, sairá da pandemia com os melhores indicadores de dívida entre países latino-americanos, disse em entrevista por telefone nesta semana.

O país será ajudado pelo possível apaziguamento da recente turbulência política envolvendo o presidente do Peru, Martín Vizcarra. Alguns líderes da oposição sinalizaram que estão “mais abertos ao diálogo, para se posicionarem antes das eleições gerais de abril.

Devemos ver menos volatilidade e confronto”, o que também é positivo para a moeda local, acrescentou Valdizán.

O aumento dos preços do cobre apoiará a demanda pela dívida do governo peruano, disse. Os títulos do país apresentam bom desempenho, mesmo enquanto o país se prepara para vender uma quantidade recorde de dívida denominada em sol para financiar o déficit fiscal do próximo ano.

“O mercado pode absorver. Os investidores entendem que a solidez fiscal do país não está sendo prejudicada”, disse.

O sol peruano teve desempenho inferior à maioria das moedas de mercados emergentes durante a pandemia: desde que o presidente anunciou uma quarentena em 15 de março, a moeda se desvalorizou 0,1%. Em toda a região, a moeda do Chile subiu 9,8%, a da Colômbia avançou 7,1%, e a do México se valorizou 5%. Mas o peso argentino e o real caíram 16,5% e 7,7%, respectivamente, nesse período.

A cautela dos investidores quanto à eleição do próximo ano, que permanece em aberto, manterá o sol subvalorizado até o segundo trimestre, disse Valdizán.

O Peru registrou a maior queda entre as principais economias no segundo trimestre devido a medidas rígidas, e ainda assim se tornou o país com o maior número de mortes per capita de coronavírus. A indústria de mineração de cobre do país, a maior depois do Chile, lidera a recuperação da atividade econômica desde que as restrições foram relaxadas.

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