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Méliuz é única, barata e tem potencial para crescer por anos

19 dez 2020, 14:43 - atualizado em 21 dez 2020, 15:27
Méliuz
De acordo com os analistas Fred Mendes e Luiza Mussi, que assinam o relatório, a empresa reúne atributos que lhe garantem um caminho de crescimento acima da média (Imagem: Méliuz/Instagram)

A Ágora Investimentos iniciou a cobertura das ações da Méliuz (CASH3) rasgando elogios para a novata da Bolsa. A empresa estreou na B3 no começo de novembro, levantando R$ 629 milhões.

Logo de cara, a corretora estabeleceu a companhia como top pick, ou seja, favorita no setor de e-commerce, com preço-alvo de R$ 20, o que implica potencial de valorização de 26%, e recomendação de compra.

De acordo com os analistas Fred Mendes e Luiza Mussi, que assinam o relatório, a empresa reúne atributos que lhe garantem um caminho de crescimento acima da média.

“A Méliuz tem uma clara vantagem competitiva na contratação de pessoal especializado, o que deve permitir continuar a inovar a um ritmo mais rápido”, afirmam.

A empresa possui ainda alta exposição ao e-commerce, atuando como geradora de tráfego para captação de leads com soluções de cashback e cupons.

E, para completar, está negociando a múltiplo de 7 vezes o valor da firma sobre as vendas (EV/vendas) para o ano de 2021, abaixo dos principais nomes do e-commerce.

“Como uma empresa de tecnologia, acreditamos que a Méliuz deveria negociar pelo menos a 10x EV/vendas. O acordo de Honey com o PayPal nos EUA, de 20x EV/vendas, reforça que a Méliuz atualmente parece estar negociando a um múltiplo indesejado”, argumentam.

Sobrenome inovação

Um ponto bastante destacado pelos analistas foi a forte cultura “centrada nas pessoas” da empresa. A companhia possui um polo tecnológico na cidade de Manaus, onde o diretor de produtos (CPO) de Méliuz foi docente de 2010 a 2016, facilitando a contratação de talentos especializados.

“A Méliuz é muito mais do que seus principais serviço de cashback é uma plataforma que, alavancada em sua escala, provavelmente entrará em novos mercados e segmentos, como financeiro (facilitador de crédito), telecomunicações, cartões-presente”, dizem.

A constante inovação da empresa já lhe rendeu uma parceria com o Banco Pan (BPAN4) para cartões de crédito. Mas os analistas esperam muito mais parcerias com os mais de 100 parceiros financeiros que possui.

Além disso, a Méliuz tem como clientes algumas das principais plataformas de comércio eletrônico do Brasil, como Magazine Luiza (MLGU3), Submarino e Via Varejo (VVAR3). Atualmente, a empresa detém cerca de 13 milhões de clientes, 3,6 milhões de usuários ativos, enquanto 87% de sua receita vem do negócio de cashback.

“Notavelmente, apesar de ser o principal player neste segmento, sua participação de mercado GMV (Volume Bruto de Mercadoria) deverá atingir apenas 2,9% em 2020, o que significa muito espaço para crescimento. Em nossa opinião, a expansão esperada da Méliuz vem como um adoçante para seu negócio principal”, observam.

Essa escala e reputação podem servir como mola propulsora para a empresa entrar em outros segmentos. Para eles, conforme a companhia cresce e ganha mais escala, junto com seus produtos enxutos, como empréstimos e crédito, isso contribui para um “facilitador de vendas”.

Apostar em marketing para chamar mais clientes também pode alavancar o número de novas contas abertas (Imagem: Youtube/Méliuz)

Avenidas para o crescimento

Na visão dos analistas, como a Méliuz já entrou no ecossistema financeiro com cartão de crédito, outras oportunidades para esse segmento serão soluções que envolvam serviços semelhantes ao mercado de crédito e seguros.

A empresa já anunciou mais de 100 sócios ativos em seu mercado financeiro, enquanto apenas no terceiro trimestre agregou marcas como Banco Pan, Creditas, Porto Seguro (PSSA3), Yuose, SuperSim entre outras.

A dupla espera que a companhia eleve os investimentos em pesquisa e inovação, com a contratação de mais pessoas, fazendo com que se desloque mais rapidamente para as áreas onde ainda não opera, como a prestação de serviços bancários e recargas móveis.

“Nesse sentido, o desenvolvimento de um pólo tecnológico pela Méliuz em Manaus, em parceria com a UFAM, Universidade Federal do Amazonas, deve permitir à empresa obter uma vantagem na contratação de funcionários especializados e focados em tecnologia, o que vemos como um grande diferencial”, afirmam.

Além disso, apostar em marketing para chamar mais clientes também pode alavancar o número de novas contas abertas.

“Olhando para o futuro, dado que cashback é um produto relativamente recente, esperamos que o investimento em marketing aumente sua visibilidade e, consequentemente, aumente o número total de usuário”, argumentam.

Por fim, eles destacam ainda que a companhia tem na manga as fusões e aquisições, que devem ajudar a agregar novos segmentos, além de aumentar o atual nível de tecnologia.

Segundo eles, a Méliuz focará, principalmente, em empresas que desempenhem tarefas de forma semelhante, atuando como intermediárias ao nível dos serviços, “o que deverá permitir beneficiar a Méliuz das sinergias à medida que a empresa se mantém como um asset-light”.

Riscos

De acordo com os analistas, os principais riscos que a Méliuz corre são a interrupção do modelo de negócios e a pressão da taxa de aceitação devido ao aumento da concorrência.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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