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Menos uma estatal na Bolsa: Oferta da Copel (CPLE6) movimenta R$ 5,21 bi, diz Valor

08 ago 2023, 20:13 - atualizado em 08 ago 2023, 20:22
Copel
A venda envolveu a venda de 229,8 milhões de ações na tranche primária e 319 milhões ações detidas pelo governo paranaense (Imagem: Copel/Divulgação)

A oferta de ações da Copel (CPLE6) foi precificada a R$ 8,25, movimentando R$ 5,21 bilhões, apurou o jornal Valor Econômico.

Se confirmado, seria a maior operação do ano, que também contou com as ofertas de BRF (BRFS3) e MRV (MRVE3). Dessa forma, o governo do Paraná, liderado pelo governador Ratinho Junior, deixa o controle da estatal, apesar de ainda manter influência na empresa.

Ainda de acordo com o jornal, a oferta teve forte demanda, com R$ 15 bilhões em reserva de investidores. Segundo a reportagem, a aprovação do arcabouço fiscal, junto com a elevação do rating da Fitch, ajudaram a atrair investidores gringos para a operação.

A venda envolveu a venda de 229,8 milhões de ações na tranche primária e 319 milhões ações detidas pelo governo paranaense.

À la Eletrobras

O modelo adotado pelo governo do Paraná se assemelha ao da privatização da Eletrobras. A operação passa por três pontos:

  • promover um relevante aumento de capital, que diluiria a participação do Estado do Paraná;
  • e limitar, por meio de dispositivos estatutários, o poder de voto do estado do Paraná a 10% do total (contra uma participação estimada em 15%);

Por que ação da Copel não disparou até agora?

Quem olha o desempenho das ações da Copel no ano, pensa que nada aconteceu, no entanto. No primeiro semestre, a ação preferencial classe B (CPLE6) subiu 6,28%, a R$ 8,12, enquanto as Units (CPLE11) tiveram alta de 10%.

Mas afinal, por que o papel não disparou? O modelo de privatização desagradou o mercado? Ou a empresa é uma ‘fria’?

Para analistas que conversaram com o Money Times, nem uma coisa nem outra. Acontece que o governo estadual, tocado pelo governador Ratinho Junior, estabeleceu um ‘preço de tela’ alto, explica o gestor Gustavo Henrique Fabricio, da RPS Capital. Ele diz que, para o investidor, é melhor esperar o processo ocorrer primeiro para comprar o papel.

“O estado tem falado que vai fazer a privatização próximo ao valor de livro, que é R$ 8, ação que está na tela agora. Então qual é a cabeça de quem vai alocar o capital? Se vai ter uma oferta a R$ 8, e o papel está R$ 7,7, se eu comprar agora corro o risco de não ter oferta por algum motivo, ou o governo desiste ou o mercado, e aí com isso a ação cair. Então por que vou comprar a R$ 7,7 se eu posso comprar na oferta a R$ 8?”, explica.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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