‘Mercado de galpões segue em velocidade de cruzeiro’, diz BTG; veja números

O mercado de galpões logísticos de alto padrão em São Paulo manteve o ritmo de crescimento no terceiro trimestre (3T25), impulsionado por uma demanda aquecida e pela chegada de grandes empresas no segmento.
Segundo relatório do BTG Pactual, a absorção líquida consolidada (isto é, diferença entre a área locada e a área devolvida) somou 459 mil m², enquanto a taxa de vacância recuou para 7,9%.
Os analistas Daniel Marinelli e Matheus Oliveira, responsáveis pelo documento, destacam que o desempenho também foi estimulado por imóveis localizados em um raio de até 30 km da capital paulista, que concentraram os principais contratos de locação do período — com destaque para varejistas como Mercado Livre e Shopee.
Além disso, o valor pedido pelos galpões logísticos avançou 1,5% na comparação trimestral, permanecendo acima dos R$ 30 por metro quadrado.

Valorização
O BTG também observa que, no raio de até 15 km de São Paulo, a vacância segue em patamar historicamente baixo, sustentada pela escassez de áreas disponíveis e pela rápida ocupação dos estoques.
Segundo o banco, nessas localidades, o ajuste no preço pedido — de R$ 36,4 por m² no 2T25 para R$ 35 por m² no 3T25 — reflete um efeito estatístico decorrente da locação de ativos mais caros, o que reduziu a média dos imóveis vagos.
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Já no raio de 30 km, além das movimentações lideradas por varejistas, a região voltou a registrar valorização, com o valor subindo de R$ 33 por m² para R$ 33,8 por m².
Por sua vez, o raio de 60 km se beneficiou da ausência de novos lançamentos e da absorção líquida de 111 mil m², mantendo a vacância em torno de 7%.
Quanto ao raio de 90 km, a taxa de desocupação chegou a 6,7%, puxada por devoluções pontuais em Extrema (MG), que, segundo o relatório, continua sendo um mercado resiliente, com preços firmes, mas ritmo de entregas mais moderado.

O bom momento deve continuar
A avaliação do BTG é de que o mercado de galpões “segue em velocidade de cruzeiro”. O banco projeta que o 4T25 mantenha uma dinâmica positiva de valores e novas ocupações, sustentada pela forte demanda de empresas do varejo.
Nas regiões mais próximas da capital paulista, a expectativa é de que a velocidade de absorção permaneça elevada, favorecendo novos reajustes nos preços pedidos nos próximos trimestres.
De acordo com os analistas, mesmo com o quarto trimestre historicamente mais lento, o mercado deve encerrar o ano com oferta e demanda em equilíbrio.