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Mercado Livre, Amazon e mais: A guerra pelo e-commerce brasileiro está de volta, diz BTG

02 out 2025, 14:28 - atualizado em 02 out 2025, 15:47
Black Friday 2024, Descontos, Direitos do Consumidor
A Black Friday 2024 irá acontecer oficialmente no dia 29 de novembro (Imagem: Canva Pro)

Nos últimos meses, a disputa pelo setor de delivery de comida no Brasil esteve constantemente nos noticiários, após a entrada de novos players como o 99Food. Contudo, o time do BTG Pactual chama a atenção para o fato de que a concorrência em um “setor irmão” do de entrega de comida, o de e-commerce, vem reacelerando de maneira mais silenciosa.

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“As guerras dos marketplaces no Brasil entraram em uma fase mais agressiva, com todos os grandes players adicionando subsídios ou reduzindo custos para vendedores após vários trimestres em que a racionalidade prevaleceu”, diz o time de analistas, liderado por Luiz Guanais. 

O time do banco expõe, por exemplo, que o Mercado Livre reduziu o limite de frete grátis no Brasil para R$ 19 e cortou custos de envio para vendedores, com algumas rotas caindo cerca de 40%, acelerando a venda de produtos com tickets menores.

Já a Amazon reduziu comissões e taxas do FBA em 17 categorias e agora está testando uma campanha promocional agressiva para a Black Friday e o TikTok Shop, lançado em maio, chegou a um VGV (volume bruto de mercadoria) diário de US$ 1 milhão.

“A principal questão é até quando o modelo ‘pay-to-play’ seguirá no e-commerce e qual será o impacto nas margens estruturais dos líderes?”, perguntam.

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Para eles, as empresas de e-commerce manterão as promoções ao menos até o final de 2025 — o que, porém, deve voltar a prejudicar as margens de lucratividade. 

Na promoção atual da Amazon, os vendedores parceiros pagam apenas taxas de referência, tornando a plataforma um dos marketplaces mais baratos em todas as faixas de preço. 

“O MELI entra nessa disputa de uma posição forte, com ecossistema integrado em logística, pagamentos e mídia. Porém, a isenção de taxas da Amazon corrói parte da sua vantagem de custos, principalmente em corredores de alta densidade”, fala o BTG. 

Em outra frente, a Shopee mantém a liderança nas compras de baixo tíquete, oferecendo preços baixos e cupons, mas vem subindo de patamar com a entrada de mais de 800 marcas e promoções para sellers globais, como isenção de comissões iniciais. 

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O TikTok Shop aposta na força do tráfego de criadores e em subsídios de frete, mas migra para um modelo mais pago e intensivo em anúncios, elevando os custos de aquisição de clientes para lojistas. 

Já a Shein abriu sua cadeia de fornecimento ultrarrápida por meio do programa Xcelerator, oferecendo produção e entrega em 5–7 dias para atrair marcas externas ao seu marketplace, o que pressiona especialmente o setor de moda no Brasil.

Para o BTG, a escalada dos subsídios no e-commerce transforma o frete no novo front da guerra.

“A política da Amazon desafia diretamente o poder do Mercado Livre de ditar a economia de entregas, enquanto a Shopee corre risco de perder a liderança em custos”, fala a equipe do banco.

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A volta da guerra deve pressionar também as varejistas brasileiras, como o Magazine Luiza (MGLU3) e a Casas Bahia (BHIA3), que têm, atualmente, menor espaço em caixa para subsidiar as compras.

Além disso, em situação não muito positiva, elas vinham afirmando que continuariam priorizando rentabilidade — o que vai na contramão da disponibilização de subsídios. “Nosso foco maior continua sendo muito na expansão das nossas margens”, afirmou a diretora de relações com investidores da companhia do Magazine Luiza, em entrevista no começo do ano.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
vitor.azevedo@moneytimes.com.br
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