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Mercado Livre (MELI34): Ações sobem 5% mesmo com balanço abaixo da expectativa; o que agradou?

05 ago 2025, 15:08 - atualizado em 05 ago 2025, 15:08
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Ações do Mercado Livre reagem positivamente ao balanço do 2T25 (Imagem: Reuters/Divulgação Mercado Livre)

As ações do Mercado Livre (MELI34) reagem positivamente ao balanço de segundo trimestre de 2025 (2T25), mesmo após a companhia reportar lucro líquido abaixo do estimado pelo mercado. Apesar da linha aquém, analistas destacam a força da tese da gigante argentina do e-commerce, mesmo com algumas “dores de crescimento” causadas pela expansão do frete grátis no Brasil, que impulsionou as vendas, mas também afetou as margens.

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A companhia reportou na segunda-feira (4) um lucro líquido de US$ 523 milhões para o trimestre encerrado em junho, abaixo dos US$ 596 milhões esperados por analistas em pesquisa da LSEG. A cifra representa uma queda de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Já a receita líquida no período foi de US$ 6,8 bilhões, avanço de 34% em relação ao ano anterior e acima das estimativas de US$ 6,7 bilhões, com o valor bruto de mercadorias (GMV) aumentando 37% em base neutra de câmbio.

Por volta de 14h50 (horário de Brasília), as ações MELI34 saltavam 5,26%, a R$ 112,63. Acompanhe o tempo real.



Vale lembrar que, em junho, o Mercado Livre reduziu o preço mínimo para frete grátis no Brasil, de R$ 79 para R$ 19, se somando à redução dos custos de envio para empresas e usuários que vendem em sua plataforma, em meio à acirrada concorrência no setor.

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Na Nasdaq, as ações MELI negociam em alta de 2,68%, por volta de 14h50 (horário de Brasília), cotadas a US$ 2.459,94.

Hora de investir no Mercado Livre?

Analistas do Safra apontam que a receita do Mercado Livre ficou 4% acima das estimativas, impulsionada pela expansão do e-commerce em todas as regiões, com exceção da Argentina, e pelo bom desempenho do Mercado Pago.

Na visão do banco, a companhia continua sendo o principal operador de e-commerce da América Latina, com forte crescimento de receita e ganho de participação. Mesmo com as quedas no Ebit (lucro antes de juros e impostos) e no lucro líquido, os analistas veem com bons olhos a evolução do Mercado Pago, especialmente na frente de cartões de crédito.

“Acreditamos que o momento pode oferecer oportunidades atrativas de entrada nas ações. Além disso, a companhia segue gerando forte fluxo de caixa, sustentando investimentos na plataforma e suportando ganhos contínuos de participação de mercado”, diz o Safra.

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Para o BTG Pactual, ainda que o resultado financeiro tenha ficado abaixo das expectativas, os números operacionais evidenciaram os investimentos do Mercado Livre para impulsionar o ecossistema, elevando a participação de crédito e acelerando a estratégia de frete grátis para acompanhar o passo exponencial de crescimento dos e-commerces.

“Mantemos uma postura estruturalmente positiva em relação ao Mercado Livre, apoiada por sua densidade logística superior, integração com fintechs e efeitos de rede entre compradores e vendedores, tudo reforçado pelos números do segundo trimestre”, dizem os analisas.

No entanto, o BTG reconhece que uma reavaliação a partir de agora dependerá de sua capacidade de converter os investimentos em crescimento mais rápido e lucratividade gradualmente melhorada, o que já fez em ciclos de investimento anteriores.

O banco tem recomendação de compra para o Mercado Livre.

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A Genial Investimentos pondera que crescer dói, e vê o Mercado Livre passando por esse momento.

De acordo com o analista da casa, a decisão levou o Ebit para US$ 825 milhões, com uma compressão de margem operacional de 2,1 pontos percentuais na base anual. Mesmo com o impacto, o efeito veio como planejado ao entregar uma alta de 26% na comparação anual em itens vendidos no trimestre, diante de uma base de comparação desafiadora.

Para a Genial, a decisão de ampliar o frete grátis foi cirúrgica para impulsionar engajamento e defender participação de mercado em categorias de menor valor, onde a competição com empresas que trazem itens de fora do Brasil, como Temu, Tik Tok Shop, Shein, Shopee e AliExpress, é mais intensa.

“O custo veio na forma de um Ebit levemente abaixo do esperado, dado o aumento nos gastos com marketing e a diluição de despesas fixas que ainda não encontrou um ponto de equilíbrio – e nem esperamos que encontre em 2025. Ainda assim, essa é uma compressão de margem opcional, reversível e completamente estratégica”, pondera a Genial.

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A recomendação da casa para o Mercado Livre é de compra.

*Com Reuters

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.