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Mercado Livre (MELI34): O que fazer com as ações após troca de CEO?

22 maio 2025, 13:51 - atualizado em 22 maio 2025, 13:51
Mercado livre
Analistas não projetam mudanças disruptivas com o anúncio de um novo CEO no Mercado Livre (Imagem: Reuters/Divulgação Mercado Livre)

O Mercado Livre (MELI;MELI34) anunciou a saída de Marcos Galperin da posição de CEO, pegando alguns analistas de surpresa. Apesar disso, em consenso, a mudança não abalou a perspectiva positiva para a gigante do e-commerce.

No lugar de Galperin, Ariel Szarfsztejn, atual presidente de Comércio do Mercado Livre, assume a posição, conforme anunciou a companhia na quarta-feira (21).

A partir de 1º de janeiro de 2026, Galperin assumirá o cargo de presidente-executivo do conselho de administração. No mesmo dia, Szarfsztejn começa no novo cargo.

As ações não registraram grande reação ao anúncio. Por volta de 13h35, as ações MELI, negociadas na Nasdaq, subiam 0,81%, a US$ 2.623,04. Já o BDR (isto é, recibos de ações do exterior negociados no Brasil), MELI34, subia 0,38%, a R$ 122,58, na B3.

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Anúncio é positivo para o Mercado Livre?

Na avaliação do BTG Pactual, a mudança reforça a visão estratégica de longo prazo sem romper com a cultura existente, uma vez que Szarfsztejn tem sólida trajetória na companhia.

A equipe liderada por Luiz Guanais aponta que o Mercado Livre segue como a principal recomendação no e-commerce da América Latina, com potencial de valorização estruturado em escala, inovação e rentabilidade.

Para o Santander, o movimento é natural, uma vez que Galperin ficou 25 anos à frente da empresa.

“Não prevemos interrupções ou mudanças estratégicas, dado o período de transição de aproximadamente 7 meses e a vasta experiência do Sr. Szarfsztejn como executivo sênior na empresa”, ponderam os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

Embora não esperem uma reação significativa do mercado ao anúncio, o Santander considera qualquer correção significativa nas ações como uma oportunidade de compra.

O anúncio surpreendeu a XP, tendo em vista vez que Galperin liderou a empresa desde sua criação, sendo um executivo renomado pelo mercado.

“Portanto, acreditamos que as ações podem reagir negativamente, embora não vejamos a mudança como disruptiva, já que o Sr. Galperin permanecerá como presidente executivo e está focado em garantir uma transição suave e bem-sucedida”.

As analistas Daniella Eiger e Laryssa Sumer notam que a substituição de um CEO fundador é sempre um processo desafiador, enquanto uma das principais alavancas de crescimento do Mercado Livre tem sido o Mercado Pago – uma divisão na qual Ariel Szarfsztejn tem uma experiência mais limitada.

Entre os analistas, há consenso do que fazer com as ações do Mercado Livre: BTG, Santander e XP recomendam compra dos papéis.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.