Mercado se recupera em meio à incerteza sobre o orçamento de 2026; especialista projeta resultados de bancos no 3T25
Após uma sexta-feira (10) marcada por forte aversão ao risco, com o aumento das tensões entre Estados Unidos e China, o mercado financeiro iniciou a semana em recuperação.
No Giro do Mercado desta segunda-feira (13), a jornalista Paula Comassetto recebeu a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, para comentar sobre o momento do mercado e a influencia dos cenários internacional e doméstico.
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De acordo com a especialista, a correção de sexta e a recuperação dos mercados hoje tem forte relação com o cenário global devido à novas ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor novas tarifas sobre a China. A disputa por terras raras estaria no radar.
“As bolsas despencaram, o dólar em relação ao real disparou, o ouro disparou. Então foi um movimento global de desmontagem de posição de risco. No entanto, ao longo do final de semana, tanto o Scott Bessent, secretário do Tesouro Americano, quanto o próprio Trump recuaram, amenizando um pouco o tom”, afirmou.
No cenário doméstico, Quaresma destacou que a decisão do Congresso de não pautar a MP 1303, que previa aumento de tributação sobre investimentos, teve impacto positivo sobre os ativos de risco.
“O fato dessa medida provisória ter caducado foi algo positivo para as ações”, disse Quaresma. “Da forma que estava, ela aumentaria a tributação do mercado acionário e acabaria com o incentivo de longo prazo na renda fixa.”
No então a decisão amplia o desafio e a incerteza fiscal para 2026, já que o orçamento projetado pelo governo contava com a receita que viria da MP.
“Agora o governo vai precisar cortar despesas, bloquear gastos ou criar novas fontes de arrecadação. E tudo indica que vai optar pelo último caminho”, afirmou a especialista.
Destaques corporativos e temporada de balanços
Entre os destaques corporativos que mexem com o mercado no dia de hoje, a especialista comentou sobre a Raízen (RAIZ4) e os rumores de que a empresa poderia entrar em recuperação judicial, já negados pela empresa.
“A companhia está em trajetória de redução de alavancagem por meio da venda de ativos, já alongou o vencimento da dívida e continua com acesso ao mercado de capitais. Não há pressão de liquidez de curto prazo que justifique um pedido de proteção a credores”, afirmou.
Em relação à temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025 (3T25), que começa neste mês de outubro, a analista projetou desempenhos distintos entre os grandes bancos.
De acordo com Quaresma, o Itaú (ITUB4) deve performar, mais uma vez, melhor que os pares, com uma carteira de crédito saudável e política conservadora.
Já o Bradesco (BBDC4) deve continuar mostrando recuperação de rentabilidade após anos difíceis e o Santander (SANB11) deve sentir algum impacto do momento negativo do agronegócio, que também deve continuar como a pedra no sapato do Banco do Brasil (BBAS3).
“O Banco do Brasil deve ser o destaque negativo, com o terceiro trimestre pior que o segundo, reflexo do aumento da inadimplência no agronegócio”, afirmou Quaresma.
O programa ainda abordou o shutdown do governo dos EUA, que já entre no 13º dia e outros destaques globais. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.