Governo Federal

Mercado compra ideia de Tebet no Planejamento; entenda 

05 jan 2023, 16:30 - atualizado em 05 jan 2023, 16:43
Lula e Tebet
Mercado financeiro reage bem ao discurso de posse da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e vê maior chance de centrismo econômico (Imagem: Flickr/Simone Tebet)

O mercado financeiro reage bem ao discurso de posse da ministra do Planejamento, Simone Tebet. Por volta das 16h20, o Ibovespa subia mais de 2%, acima dos 107,5 mil pontos, caminhando para o segundo pregão seguido de valorização neste ano. 

O movimento da bolsa brasileira vai na contramão do sinal negativo vindo das bolsas de Nova York, em meio à indefinição nas eleições na Câmara dos Estados Unidos. Já o dólar caía 1,33%, cotado abaixo de R$ 5,40.

Depois de os mercados domésticos iniciarem 2023 com o pé atrás com a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as palavras proferidas por Tebet resgataram a sensação de que o novo governo não será um PT raiz.

“Tebet reafirmou o centrismo econômico”, comenta o economista André Perfeito. Para ele, ao enfatizar, no pronunciamento nesta quinta-feira (5), que há divergências com os demais integrantes da área, a terceira colocada nas eleições presidenciais de 2022 reforça a perspectiva de que a condução do governo Lula será mais ao centro (e menos à esquerda) do que o mercado espera.

“A fala dela constrói um eixo que pode ser um contrapeso aos aspectos mais heterodoxos”, afirma Perfeito. “Tudo indica que a interação entre Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio seja, não heterodoxo, mas sim heterogêneo”, completa.

Perfil heterogêneo

Aliás, essa característica heterogênea é vista na formação de todo o governo. “Lula dividiu mais o poder na largada”, avalia o cientista político e diretor do Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida. 

Segundo ele, houve uma boa formação na composição dos 37 ministérios, do ponto de vista político. “O ministério foi formado pensando na obtenção de votos na Câmara e no Senado”, explica.

Divergência e convergência

Em discurso na cerimônia de posse, Tebet revelou que recebeu do presidente um envelope com um convite para assumir o Planejamento. Ela conta que disse a Lula que existe “alguma divergência” na pauta econômica com os demais integrantes da equipe, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Ao mesmo tempo, porém, Tebet falou que converge com o Haddad em relação à necessidade de aprovar a reforma tributária. Para ela, a proposta não poderia estar em melhores mãos do que as de Bernard Appy.

“Chama atenção a ênfase na reforma tributária e na atuação de Bernard Appy”, destacou o economista citado acima. Perfeito espera em breve ver ações do governo nessa direção. “E alerto para o viés que busque a redução da regressividade com tributação”, emenda.

Aliás, a cerimônia de posse de Tebet contou com a presença de Haddad. Também estava presente o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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