Mercados disparam e tom do Fed sobre futuros cortes de juros nos EUA pode ser decisivo; tecnologia impulsiona ações nos EUA
Os mercados globais vivem uma quarta-feira (29) de forte otimismo, impulsionados pela expectativa quase unânime de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) e pela perspectiva de uma boa temporada de balanços das gigantes de tecnologia.
No Giro do Mercado de hoje, a jornalista Paula Comassetto recebeu Bruno Henriques, diretor-executivo de research do BTG Pactual, para comentar sobre o cenário econômico e as expectativas para a decisão do Fed.
- CONFIRA: Está em dúvida sobre onde aplicar o seu dinheiro? O Money Times mostra os ativos favoritos das principais instituições financeiras do país; acesse gratuitamente
O especialista destacou que o movimento do banco central americano ocorre em um contexto desafiador, devido a ausência de dados oficiais. Além disso, o discurso de Jerome Powell será determinante para calibrar as apostas futuras.
Henriques lembrou que o Fed cortou juros durante ciclos de alta da inflação apenas quatro vezes na história, o que reforça a singularidade do momento. “Não é o usual”, afirmou, ao ressaltar que, embora a inflação tenha arrefecido, o índice ainda está em cerca de 3% ao ano, considerado alto para uma economia daquele porte.
Segundo ele, o mercado trabalha com 99% de probabilidade de queda nesta reunião e 93% para dezembro, mas o tom de Powell pode alterar essas projeções.
“Eu ficaria muito mais de olho nessa questão da probabilidade de dezembro após o discurso”, disse Henriques.
O estrategista também observou que um tom mais duro por parte do presidente do Fed poderia gerar correções pontuais nos mercados.
“Se você começar a precificar um evento com 95% de chance dele acontecer, qualquer coisa que você comece a sinalizar uma redução de expectativa deve ir para o preço”, explicou.
Rali nos EUA e no Brasil
Henriques destacou que a Nvidia (NVDA) atingiu o valor de US$ 5 trilhões em valor de mercado, um marco histórico que reflete o apetite por empresas de tecnologia e o impacto da inteligência artificial (IA) sobre a produtividade corporativa.
“A temporada de resultados está vindo bem. Quando começou, a expectativa era de crescimento de 3,4%, e até agora está rodando em 8% ou 9%”, disse.
Segundo ele, desde o resultado do JP Morgan, o mercado entende que os investimentos em IA já se revertem em ganho de produtividade, o que impulsiona as ações nos Estados Unidos.
No cenário doméstico, o estrategista observou que o Ibovespa vem acumulando recordes — o índice superou os 149 mil pontos pela primeira vez — e que o fluxo de capital externo favorece os emergentes, especialmente o Brasil.
“A política monetária está fazendo mais preço neste momento, no curto prazo, do que os pontos de interrogação conectados à trajetória fiscal. O internacional ainda segue pesando mais”, afirmou.
O programa ainda abordou os impactos da Medida Provisória 1.304 para o setor elétrico e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
- LEIA AGORA: Resultados do 3T25: Veja como os números das empresas listadas na bolsa brasileira impactam o seu bolso