Mesmo em crise e com um déficit bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Pode faltar caixa, pode sobrar ineficiência e a ameaça de privatização continua no radar, mas, todos os anos, a campanha de cartinhas de natal para o Papai Noel dos Correios aparece como uma das poucas iniciativas que ainda funcionam dentro da empresa.
O contraste é evidente: uma estatal que enfrenta dificuldades para cumprir prazos de entrega mantém ativa, desde 1989, uma das maiores ações sociais do país, dedicada a adotar cartas de crianças em situação de vulnerabilidade.
Mas, por trás dessa história simpática, existe um cenário financeiro pouco festivo.
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Um “presente” de R$ 20 bilhões
O governo avalia autorizar um empréstimo de R$ 20 bilhões para tentar socorrer os Correios. No mercado, porém, há quem avalie que nem esse aporte seria suficiente para reverter a deterioração do negócio.
O modelo de operação da estatal nasceu em 1969, quando cartas eram o principal meio de comunicação e telegramas representavam urgência. A chegada do e-mail, dos aplicativos de mensagem, do armazenamento em nuvem e de sistemas de rastreamento instantâneo deixou os Correios defasados.
O resultado foi imediato: serviços tradicionais desapareceram, receitas encolheram e o único segmento relevante que restou foi o de encomendas — onde a estatal disputa espaço com gigantes privados. E vem perdendo terreno.
Apesar da crise, o Papai Noel resiste
É aí que surge o paradoxo: mesmo com a empresa enfrentando uma de suas piores fases financeiras, o Papai Noel dos Correios segue como uma das ações sociais mais estruturadas do Brasil.
Funcionários leem as cartas individualmente, organizam os pedidos, orientam voluntários e montam rotas específicas para garantir que as adoções virem presentes entregues dentro do prazo.
Como adotar uma carta do Papai Noel dos Correios: passo a passo
• Acesse o Blog Noel, site oficial da campanha.
• Clique em “Adoção on-line” ou “Adotar agora” para ver as cartinhas disponíveis na sua região.
• Escolha a carta de uma criança atendida por escolas públicas, instituições sociais ou comunidades.
• Registre a adoção e informe seus dados básicos.
• Compre e embrulhe o presente, anexando a etiqueta correspondente na parte externa do pacote.
• Entregue no ponto de coleta indicado pelos Correios, dentro do prazo local.
• A partir daí, o restante fica com a estatal — que cuida da entrega final.