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MGLU3, BHIA3 e outras: Cortes da Selic serão suficientes para a recuperação das varejistas?

27 set 2023, 11:52 - atualizado em 27 set 2023, 11:52
Magazine Luiza
Analista destaca o alto nível de endividamento das famílias e a dificuldade das companhias em se financiar.  (Imagem Germano Lüders/Wikimedia Commons)

O ciclo de cortes da Selic deve ajudar as empresas do varejo, mas será necessária a contribuição de outros fatores para que empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) se recuperem, de acordo com analistas.

A analista Bruna Senne, da Nova Futura Investimentos, lembra que empresas do e-commerce ainda lidam com uma mudança de perfil dos consumidores, influenciada pela pandemia. “Quem tinha loja física, teve que passar por uma adaptação, que ainda está acontecendo”, diz.

Senne afirma que as ações de algumas empresas subiram recentemente por conta da expectativa pelo início dos cortes da Selic, mas pondera que agora o investidor olha para fatores externos e diz que ainda vai demorar para a redução dos juros ter impacto nos resultados das companhias.

Ela recomenda cautela e um acompanhamento das tendências de curto prazo.

O analista Fernando Ferrer, da Empiricus, diz que uma das questões é o quanto algumas empresas vão aguentar os efeitos dos juros altos, já que há uma defasagem de cerca de oito meses entre a decisão do Banco Central e os efeitos sobre a economia.

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O momento da mudança?

Para Lucas Rietjens, analista da Guide Investimentos, a mudança de cenário no e-commerce viria a partir do juro a 8% ao ano. “Não é um corte de 0,5 ponto percentual que vai resolver os problemas do setor”, diz.

Segundo ele, as empresas precisam melhorar a performance operacional em um contexto de competição hostil com gigantes estrangeiras como Amazon e Mercado Livre.

O analista ainda destaca o alto nível de endividamento das famílias e a dificuldade das companhias em se financiar, já que o mercado de crédito está exigindo spreads muito altos.

Ainda no varejo, Rietjens não vê mudança de cenário para empresas menos endividadas e com operacional “bom”, como as do público alta renda – Arezzo (ARZR3), Vivara (VIVA3), Track & Field (TFCO4), cita.

Segundo ele, Renner (LREN3), que não tem um poder de marca tão grande, também não é impactada pela queda da Selic porque, diz, não tem muita dívida. Já C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR4), avalia, estão “bastante endividadas”. “São empresas que precisam mostrar dados mais contundentes de recuperação”, afirma.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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