Argentina

Milei ou Massa: Como as eleições na Argentina podem mudar o rumo do Brasil?

19 nov 2023, 14:00 - atualizado em 17 nov 2023, 14:38
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Eleições Argentina: As últimas pesquisas eleitorais mostram uma vantagem para Milei: 52,1% das intenções de votos, ante 47,9% de Massa. (Montagem: Money Times)

Neste domingo (19), os argentinos vão às urnas para definir o próximo presidente do país. O segundo turno está sendo disputado por Javier Milei, que está liderando as pesquisas de intenção de voto na Argentina, seguido pelo atual ministro da Economia, Sergio Massa.

As últimas pesquisas eleitorais divulgadas mostram uma vantagem para Milei: 52,1% das intenções de votos, ante 47,9% de Massa.

Quem é Javier Milei?

Javier Milei, é deputado do parlamento argentino e conquistou mais de 30% dos votos nas eleições primárias, etapa eleitoral que define quem serão os presidenciáveis. Tradicionalmente, a tendência é de que o vencedor das primárias acabe ganhando as eleições.

O economista é candidato do partido de extrema-direita La Libertad Avanza e, em 2021, foi eleito para o parlamento com o já conhecido discurso outsider, alinhando-se, de acordo com suas próprias palavras, “quase naturalmente” aos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump.

Milei, que se diz anarcocapitalista, defende a privatização de todas as estatais da Argentina e a dolarização completa da economia para controlar a inflação. Ele ainda fala em abolir o Banco Central, liberação irrestrita de armas de fogo e até venda de órgãos.

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Quem é Sergio Massa?

Massa é o atual ministro da Economia e saiu vitorioso do primeiro turno na Argentina. A sua carreira política começou em 1999, aos 27 anos, quando foi eleito para o cargo de deputado provincial por Buenos Aires, através da União do Centro Democrático, um partido liberal-conservador.

Em 2009, Massa torna-se chefe de gabinete de Christina Kirchner e permanece no cargo até 2011, quando se elege novamente para o Executivo local.

Já em 2013, ele rompe com o kirchnerismo e lança o seu próprio partido, chamado de Frente Renovadora. Naquele ano, concorreu às eleições legislativas e foi eleito deputado nacional pela província de Buenos Aires.

Em 2015, Massa chega a contribuir com os esforços para barrar o projeto que autorizaria um terceiro mandato consecutivo de Christina Kirchner. Massa chegou, inclusive, a disputar a eleição presidencial daquele ano, tendo terminado a corrida em terceiro.

Em 2019, Sergio Massa faz novo pacto com o kirchnerismo repaginado de Alberto Fernández, quando então conseguiu alcançar a presidência da Câmara dos Deputados como líder da Frente de Todos — a coalizão formada com o objetivo de derrotar Maurício Macri.

Como as eleições da Argentina afetam o Brasil?

Na semana passada, a inflação da Argentina bateu recorde ao subir 138,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Trata-se da maior alta nos preços desde agosto de 1991.

A crise no país vizinho impacta as relações comerciais estabelecidas entre Brasil e Argentina. Segundo representantes de associações ligadas a produtos manufaturadoshouve queda nas exportações este ano, o cenário pode piorar nos próximos meses.

Os especialistas apontam que, no curto prazo, o anúncio de medidas para impedir a saída de dólares do país pode dificultar ainda mais o comércio brasileiro com a Argentina.

Além disso, caso Milei conquiste a corrida eleitoral, o seu discurso radical pode atrapalhar nas relações do Argentina com o Mercosul e o Brics.

“O livre comércio não inclui a interferência do governo nas decisões privadas. Aquilo em que terei influência é na geopolítica, na estratégia em termos de geopolítica”, disse em entrevista ao The Economist.

* Com Jorge Fofano e Lorena Matos

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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