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Mineração e siderurgia: O que Bradesco BBI espera para 6 empresas nos resultados do 4T22

26 jan 2023, 16:57 - atualizado em 29 jan 2023, 17:04
Minerio de Ferro
As empresas de mineração devem reportar resultados mais fortes do que as companhias de siderurgia (Imagem: REUTERS/Jim Regan)

A temporada de resultados do quarto trimestre de 2022 tem início nesta quinta-feira (26). Na visão do Bradesco BBI, as empresas de mineração devem reportar resultados mais fortes do que as siderúrgicas, embora a expectativa para o segmento siderúrgico é de números melhores ao longo de 2023.

O banco prevê recuperação nas linhas dos resultados de Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3), enquanto Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) devem mostrar queda. O BBI também estima que CSN (CSNA3) e CBA (CBAV3) mostrarão números mais fracos.

Vale com vendas mais fortes

Thiago Lofiego e Renato Chanes, que assinam o relatório divulgado nesta quinta, dizem que a Vale deve reportar vendas mais fortes no quarto trimestre. Na estimativa dos analistas, a mineradora deve apresentar um Ebitda ajustado de US$ 5 bilhões, sem considerar as despesas de Brumadinho, avanço de 25% frente 3T22.

Para Lofiego e Chanes, a alta vem suportada por volumes mais fortes de minério de ferro. Em relação a esse pilar, o time projeta uma melhora sazonal, estimando 91 milhões de toneladas no período.

O BBI pontuou que os preços do minério de ferro caíram 4% e ficaram em cerca de US$ 99 a tonelada no trimestre. A expectativa é de que o preço médio realizado da Vale fique em cerca de US$ 92 no 4T22, sendo 1% menor frente ao 3T22, impactado por mecanismos provisórios de precificação.

“Além disso, projetamos os custos C1 (mina até o porto) da Vale em US$ 21,50 a tonelada, contra os US$ 22,80 a tonelada no terceiro trimestre. Esperamos que os custos totais caiam para US$ 49 a tonelada, contra aproximadamente US$ 51 a tonelada no terceiro trimestre”, afirmam os analistas.

Para o Ebitda de metais básicos, é previsto aproximadamente US$ 800 milhões (contra US$ 364 milhões no 3T22), segundo o time, apoiado por volumes mais altos, cotações maiores e tendência de queda de custos.

Ebitda de CSN Mineração com salto de 85%

A CSN Mineração deve apresentar um Ebitda de aproximadamente R$ 1,6 bilhão no 4T22, o que mostra um aumento de 70% frente ao 3º trimestre de 2022 e 85% maior na base anual.

Segundo os analistas, assim como no caso da Vale, o resultado deve ser beneficiado por uma forte recuperação nos volumes de minério de ferro e maiores preços de venda.

Quanto à controladora CSN, o BBI projeta um Ebitda consolidado de R$ 3 bilhões, crescendo 12% ante o 3T22, mas caindo 18% ante o 4T21.

O banco espera a margem em siderurgia em cerca de 15% no 4T22, contra 33% no 4T21.

“Os resultados da divisão de aço devem cair no trimestre, devido aos preços de venda mais baixos (preços domésticos caíram cerca de 10% no trimestre) e volumes sazonalmente mais fracos”, diz.

Em cimento, a expectativa é de que a divisão alcance um Ebitda de R$ 260 milhões, “estável no trimestre, apesar dos volumes mais altos, já que a CSN incorre em custos temporariamente mais elevados, devido à integração dos ativos brasileiros da Holcim“, explica.

Usiminas em queda

A Usiminas deve apresentar resultados mais fracos no 4T22. O BBI estima um Ebitda recorrente de R$ 493
milhões, uma queda de 41% frente ao 3T22.

O time de análise menciona o recuo nos volumes domésticos de aço, caindo 11% e somando 833 mil toneladas. Segundo os analistas, o que motiva o desempenho é a demanda sazonalmente mais fraca e uma queda de 5% nos volumes exportados, para 103 mil toneladas.

Além disso, o BBI destaca a queda de aproximadamente 6% frente ao 3T22 nos preços realizados domésticos e o custo caixa do aço/tonelada caindo, em parte devido aos preços mais baixos de coque e placas fluindo através dos resultados.

Por fim, Lofiego e Chanes também mencionam que a divisão de minério de ferro deve ser impactada negativamente pelos preços um pouco mais baixos da commodity, enquanto os volumes devem somar 2,35 milhões de toneladas (contra 2,24 milhões de toneladas no terceiro trimestre) e as taxas de frete devem cair.

“Em geral, a divisão de aço deve contribuir com R$ 233 milhões de Ebitda, minério de ferro com R$ 140 milhões e
processamento de aço com mais R$ 44 milhões”, completam os analistas.

Margens da Gerdau devem recuar

Segundo o BBI, as margens de Gerdau tendem a cair no 4T22. Para o Ebitda, é estimado a marca de R$ 3,7 bilhões
no período, recuando 31% na base trimestral e 38% na comparação anual.

“No Brasil, os volumes de aços longos devem cair substancialmente (cerca de 17% abaixo do trimestre), enquanto os preços domésticos devem cair entre 5% e 6% e o custo caixa/tonelada permanecer estável no trimestre. Isso deve levar a margem Ebitda da divisão brasileira a cair para cerca de 12,5% (contra 18,4% no terceiro trimestre)”, estima.

Na América do Norte, é esperado que os volumes diminuam 8% no trimestre e que os preços realizados tendam a cair, embora um spread de metal ainda forte deva sustentar as margens em níveis elevados.

“Esperamos, portanto, que a margem Ebitda atinja 26% (contra 33% no 3T22). As divisões América Latina e Aços Especiais devem registrar volumes estáveis no trimestre, mas preços mais fracos”.

CBA em ritmo fraco

Fraqueza persiste com queda nos preços do alumínio e aumento de custos. A projeção de Ebitda para CBA é de R$ 105 milhões no quarto trimestre, 66% menor em comparação com o trimestre anterior e 79% na base anual.

Os volumes devem cair cerca de 8% no período, devido à sazonalidade mais fraca, enquanto os volumes de reciclagem também devem cair, segundo o time de análise.

Os preços praticados devem recuar aproximadamente 15% no trimestre, devido a cotações internacionais mais baixas. Já em relação ao custo, os analistas estimam que este pilar deve continuar aumentando no trimestre, impactado pelos valores líquidos mais altos do alumínio (por exemplo, custos mais altos de alumina e pasta anódica).

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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