Mercados

Minério de ferro reflete pessimismo com China; é hora de desanimar?

01 jun 2023, 12:59 - atualizado em 01 jun 2023, 12:59
Um empilhador descarrega minério de ferro em uma pilha em uma mina localizada na região de Pilbara, na Austrália Ocidental
China divulga dados de atividade que sugerem perda de tração após reabertura econômica com fim da política de Covid Zero (Imagem: REUTERS/David Gray)

A China divulgou dados de atividade nesta semana que sugerem que a recuperação econômica está perdendo tração. O minério de ferro reagiu em queda aos números dos índices dos gerentes de compras (PMIs) sobre o setor industrial chinês. 

No mercado à vista em Singapura, a cotação da commodity metálica caiu abaixo de US$ 100 a tonelada. Hoje, porém, o contrato futuro mais negociado no mercado futuro chinês em Dalian, referente ao mês de setembro, disparou mais de 3% e fechou a 724,50 yuans a tonelada métrica após ajustes. Durante a sessão matutina, a alta do minério de ferro chegou perto de 6%.

De um lado, o PMI industrial oficial caiu de 49,2 em abril para 48,8 em maio. Na contramão, o PMI do setor medido pelo Caixin subiu de 49,5 para 50,9 no período. Ou seja, o China Caixin PMI, ao contrário do PMI  oficial apresentou alta.

“Isso mostra um cenário divergente para a economia”, observa o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa. Porém, ele lembra que o PMI do Caixin tende a ser mais focado em empresas menores.

China assusta

Diante dessa direção antagônica, a Capital Economics faz uma média de ambos os PMIs, de modo a avaliar as condições na indústria chinesa. Com isso, percebeu-se que ambos os indicadores sugerem um alívio da pressão na atividade fabril no mês passado.

“Faz sentido fazer a média de ambos os PMIs para avaliar as condições na indústria e ter uma noção do que eles significam para os dados concretos”, explica o economista Julian Evans-Pritchard. Segundo ele, dadas as diferenças na composição das empresas pesquisadas, a queda do índice oficial sugere que as empresas maiores e as localizadas no interior estão enfrentando os maiores ventos contrários.

Ainda assim, a fraqueza na recuperação econômica chinesa assusta os investidores. Isso porque após três anos da política de Covid Zero, a China parece estar seguindo um padrão de reabertura pós-pandemia diferente do Ocidente, onde se viu saltar uma demanda até então reprimida.  

Tanto que o PMI oficial do setor não manufatureiro caiu de 56,4 em abril para 54,5 em maio. Com isso, o PMI composto, que abrange os setores industrial e de serviços, cedeu de 54,4 para 52,9 no período. Já o PMI de serviços do Caixin sai no início da próxima semana.

Seja como for, embora os números até então conhecidos impliquem que o ímpeto da atividade chinesa abrandou em maio, o indicador permanece acima da média de cinco anos. “E ainda é consistente com ganhos robustos na economia”, avalia o economista da Capital Economics. 

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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