BusinessTimes

Minério de ferro x aço: Santander vai na contramão do mercado com preferência por duas ações

29 nov 2022, 19:30 - atualizado em 29 nov 2022, 19:30
Santander tem Vale como preferência no setor de metais básicos (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

O Santander se afasta do consenso do mercado quando o assunto é o setor de mineração e siderurgia. Não só a ação top pick em materiais básicos na América Latina vai na contramão da preferência geral como o banco também tem recomendação de compra (e preferência) para uma holding dentre as siderúrgicas que gera cautela em alguns analistas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre minério de ferro e aço, o Santander mostra preferência por ações da primeira categoria, na expectativa de que os preços da commodity negociados na China se mantenham acima de US$ 100 a tonelada no primeiro semestre de 2023.

Para as produtoras de aço, o banco adotou uma estratégia mais seletiva ao escolher as ações para o próximo ano. Em relatório publicado na sexta-feira (25), os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola afirmam que, apesar dos valuations baratos, faltam catalisadores para as ações das siderúrgicas no curto prazo, particularmente para produtores de aço plano.

Vale como top pick

A primeira decisão “fora do consenso do mercado” do Santander foi manter a Vale (VALE3) como preferência no setor de metais básicos, mesmo após resultados fracos no terceiro trimestre. De acordo com a instituição, apesar da recente performance superior aos pares internacionais, o ponto de entrada e a relação risco-retorno seguem atrativos, considerando uma boa perspectiva para os preços do minério de ferro, um valuation atraente e um yield de fluxo de caixa de 15% para 2023.

O Santander também menciona o potencial para destravar valor por meio da divisão de metais básicos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para ano que vem, o Santander estima Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estável no comparativo anual, em US$ 20,7 bilhões. Volumes de venda mais fortes e uma performance de custos melhor devem mitigar menores preços realizados de minério de ferro, avalia.

O Santander espera que a produção de minério de ferro da Vale atinja 320 milhões de toneladas no próximo ano, com preços de minério de ferro médios de US$ 100 a tonelada (contra US$ 120/tonelada em 2022).

A recomendação para o ADR (American Depositary Receipt) da Vale (VALE) é de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de US$ 18.

Comprar CSNA3

Dentre as produtoras de aço, o Santander tem CSN como top pick (Imagem: Facebook/Companhia Siderúrgica Nacional)

O Santander cortou o preço-alvo da ação da CSN (CSNA3), de R$ 26 para R$ 20 ao fim de 2023. Porém, reiterou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), dada a exposição da empresa a minério de ferro e cimento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse é o segundo movimento que vai na contramão do consenso, até porque o banco tem preferência pelo nome dentre as produtoras de aço. Apesar de manter o outperform, o Santander pondera que é preciso ficar de olho na alavancagem/alocação de capital da holding.

O Santander projeta queda anual de 22% para o Ebitda da companhia em 2023, a R$ 9,9 bilhões. Para a divisão de mineração, a produção de minério de ferro esperada é de 38 milhões de toneladas, alta de 9% no comparativo anual.

O Santander também tem recomendação de outperform para a CSN Mineração (CMIN3), com preço-alvo de R$ 5.

Demais ações

A instituição tem recomendação de outperform para Gerdau (GGBR4), com novo preço-alvo de R$ 36 (contra R$ 33 anteriormente), embora acredite que faltem gatilhos para o ativo. A manutenção do rating é explicada pela perspectiva de mais resultados sólidos nos próximos trimestres.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quanto à Usiminas (USIM5), o Santander rebaixou a recomendação da empresa para “neutro” e cortou o preço-alvo do papel para R$ 9 ao fim de 2023.

A atualização chega com o ajuste de estimativas para a companhia para refletir resultados realizados e perspectivas macroeconômicas.

Analistas avaliam um cenário mais fraco de resultados nos próximos trimestres, com menores preços realizados de aço plano mitigando custos mais baixos e níveis altos de capex (investimentos) – reparo na Coqueria 2 e parada para manutenção do Alto-Forno 3 em 2023.

Siga o Money Times no LinkedIn!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Fique bem informado, poste e interaja com o Money Times no Linkedin. Além de ficar por dentro das principais notícias, você tem conteúdo exclusivo sobre carreira, participa de enquetes, entende sobre o mercado e como estar à frente no seu trabalho. Mas não é só isso: você abre novas conexões e encontra pessoas que são uma boa adição ao seu network. Não importa sua profissão, siga o Money Times no LinkedIn!

Disclaimer

O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Compartilhar

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.