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Minerva (BEEF3) derrete na B3 mesmo com lucro, menor alavancagem e espaço para dividendos; o que dizem os analistas? 

06 nov 2025, 11:05 - atualizado em 06 nov 2025, 11:16
Minerva beef3 (2)
(Imagem: Divulgação/Minerva Foods)

As ações da Minerva Foods (BEEF3) recuavam 10,65%, em R$ 6,63, por volta de 11h desta quinta-feira (6), um dia após o frigorífico reportar um lucro de R$ 120 milhões no 3T25 e a menor alavancagem desde 2022. Apesar da queda, vale lembrar que a ação acumulava uma alta de quase 10% nos últimos 30 dias dadas as perspectivas positivas do mercado com os resultados. 

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Segundo o BB Investimentos (recomendação de compra e preço-alvo de R$ 8 ao fim de 2026), os números foram positivos, apesar da maior pressão sobre os custos, o que reduziu a rentabilidade operacional. O destaque, na visão da analista Georgia Jorge, ficou por conta da forte geração de caixa operacional e da redução da alavancagem financeira.

“A redução da alavancagem financeira reportada pela companhia abre espaço para a retomada de distribuição de dividendos em um horizonte de curto prazo, o que deve favorecer ainda mais a performance das ações”, explica. 

Para o Safra, o balanço menos alavancado (2,5x dívida líquida/Ebitda) — reflexo do aumento recente de capital e de uma execução operacional sólida — reduz os riscos para a tese. “Mantemos nossa recomendação outperform (compra) e preço-alvo de R$ 8,50”, apontam Ricardo Boiati, Rafael Une e Thiago Marmo.

A Minerva apresentou forte crescimento de receita, impulsionado por maiores volumes no comparativo anual, especialmente no Brasil (+79%), Argentina (+52%) e Uruguai (+46%), compensando em parte as quedas no Paraguai (-11%) e Austrália (-49%).

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O BTG Pactual explica que a geração de caixa livre (FCF) de R$ 2,5 bilhões no 3T25 ficou muito acima das expectativas do mercado, impulsionada principalmente por uma liberação de capital de giro de mesmo valor. O Ebitda ficou em linha, mas o lucro líquido ficou abaixo das estimativas, devido a maiores despesas financeiras, ligadas a operações de hedge cambial.

“Como a política da Minerva prevê payout de 50% quando a alavancagem cair abaixo de 2,5x, o pagamento de dividendos parece próximo. Historicamente, após o aumento de capital de 2018, a empresa distribuiu R$ 1,4 bilhão em dividendos — algo que pode se repetir se o cenário atual de desalavancagem persistir”, explicam Thiago Duarte e Guilherme Guttila. 

A dúvida do banco, que mantém sua recomendação neutra para a ação (preço-alvo de R$ 8), fica para a sustentabilidade dessa geração de caixa excepcional. Atualmente, a Minerva financia mais de dois meses de vendas via clientes e fornecedores, algo incomum para o setor. Os analistas questionam se parte desse funding não será revertida e substituída por dívida financeira tradicional.

No curto prazo, o Itaú BBA vê dois potenciais gatilhos:

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  • Redução das tarifas de importação dos EUA sobre a carne bovina brasileira
  • Possível anúncio de dividendos até o final de 2025

A venda de ativos não essenciais e valuation praticamente estável, mesmo com revisões positivas de Ebitda e aumento de valor de mercado, também são fatores otimistas para ação.

“Vemos a Minerva sendo negociada a 4,0x EV/Ebitda para 2026, com um yield de FCFE próximo de 10%. Acreditamos que a companhia pode continuar apresentando bom desempenho sob condições favoráveis para a carne bovina global. Uma postura conservadora na gestão do capital de giro em 2025 e 2026 pode levar a revisões positivas nas projeções do mercado, compensando eventuais incertezas sobre margens”, veem Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama.

Apesar do rali recente, o BBA mantém a visão de que a Minerva (compre e preço-alvo de R$ 9) continua sendo a empresa com o melhor momentum relativo na cobertura de Agronegócio e Alimentos & Bebidas.

 

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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