Mini-índice recua pela terceira sessão seguida; dólar futuro também cai

O mini-índice (WINV25), ou Ibovespa futuro, estendeu a sequência negativa nesta quarta-feira (3), marcando a terceira sessão consecutiva de perdas. O movimento refletiu a queda do petróleo no exterior, o desempenho misto de Wall Street e a atenção ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
O mini-índice para outubro caiu 0,49%, aos 141.800 pontos. Já o dólar futuro para o mesmo mês caiu 0,36%, a R$ 5,4855.
Hoje mais cedo, analistas gráficos do BTG Pactual alertaram que o Ibovespa futuro pode reverter a recente tendência de alta, na medida que as as médias de 21 e 50 períodos começaram a se aproximar.
Para os analistas, apesar da desvalorização recente, uma reversão da tendência de alta para baixa só seria configurada caso o ativo volte a operar abaixo da média de 200 períodos, aos 139.300 pontos.
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Produção industrial e política no Brasil pesam no mini-índice
No cenário interno, a produção industrial caiu 0,2% em julho frente ao mês anterior, segundo o IBGE. Para Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, o resultado mostra o peso da política monetária restritiva.
“Nitidamente, a queda é o impacto de uma política monetária contracionista, uma vez que as taxas de juros do país estão em 15% ao ano”, falou.
O segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do STF também esteve no radar. Durante a sessão, o advogado de defesa, Celso Vilardi, afirmou que Bolsonaro não atentou contra o Estado Democrático de Direito após a derrota nas eleições de 2022.
Cenário externo
Em Nova York, os índices de Wall Street encerraram o dia sem direção única, diante da expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). A apelação do presidente Donald Trump contra a decisão que derrubou as tarifas comerciais também foi monitorada pelos investidores.
O relatório Jolts mostrou que as vagas de emprego em aberto caíram para 7,18 milhões em julho, abaixo da projeção de 7,37 milhões. O dado reforçou a visão de enfraquecimento do mercado de trabalho.
Autoridades do Fed sinalizaram espaço para reduzir os juros ainda este ano. Christopher Waller disse à CNBC que apoiará cortes já em setembro, enquanto Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, defendeu uma redução de 0,25 ponto percentual até dezembro.
No entanto, juros menores nos EUA não foram suficientes para puxar o mini-índice.
O dólar futuro, por aqui, acompanhou o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra. Às 17h, ele caía 0,21%, aos 98.183 pontos.
Para os analistas, os 5.490 pontos, que é a média de 21 períodos, atua como suporte dinâmico da tendência de alta no curto prazo. O número fica um pouco acima do fechamento de hoje. “Para confirmar a continuidade desse movimento, será necessário o rompimento do topo em 5.540, o que acionaria um pivô de alta com alvo em 5.610”, escreveram