Internacional

Ministro alemão Scholz quer mais dívida para apoiar recuperação do coronavírus

07 set 2020, 15:29 - atualizado em 07 set 2020, 15:29
Olaf Scholz
Scholz disse que planeja assumir novas dívidas em grande volume também no próximo ano para sustentar a recuperação (Imagem: REUTERS/Annegret Hilse)

A economia alemã está se recuperando do choque do coronavírus e chegará ao tamanho pré-crise no máximo até o começo de 2022, disse à Reuters o ministro das Finanças, Olaf Scholz, nesta segunda-feira, acrescentando que é necessário mais dívida para sustentar o progresso alcançado.

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A pandemia de Covid-19 jogou a maior economia da Europa em sua mais profunda recessão já registrada para a primeira metade do ano.

Berlim respondeu com uma série de medidas sem precedentes de resgate e estímulo, financiadas por novos empréstimos recordes de aproximadamente 218 bilhões de euros, para ajudar empresas e consumidores a saírem da crise.

“Vemos que a recuperação econômica está avançando. É um bom sinal”, disse Scholz, em entrevista à Reuters, ao acrescentar que a economia pode retornar ao nível pré-crise antes de 2022, se a recuperação for apoiada da maneira correta.

Com isso, Scholz disse que planeja assumir novas dívidas em grande volume também no próximo ano para sustentar a recuperação.

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Uma fonte próxima ao assunto disse à Reuters na semana passada que Scholz trabalhava com um orçamento para o próximo ano dentro do qual Berlim assumiria uma nova dívida de pelo menos 80 bilhões de euros para financiar mais medidas na luta contra o coronavírus.

“Também precisaremos de uma quantidade considerável de novos empréstimos no próximo ano para assegurar tudo que conquistamos”, disse Scholz. Ele se recusou a dar um número exato.

Esse passo exigirá uma nova suspensão dos limites de dívida enraizados na constituição alemã, após Berlim já os ter abandonado este ano, embora Scholz esteja determinado a seguir as regras fiscais a partir de 2022.

“Nosso objetivo é que, a partir de 2022, estejamos em uma situação em que possamos buscar uma política orçamentária dentro dos parâmetros das regras normais da constituição”, disse Scholz.

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“Precisamente por isso é tão importante que façamos tudo que for possível este ano e no próximo para estabilizar a economia. Porque nossas receitas fiscais dependem disso”.

“Também precisaremos de uma quantidade considerável de novos empréstimos no próximo ano para assegurar tudo que conquistamos”, disse Scholz (Imagem: Reuters/Leonhard Foeger)

Esses comentários sublinham a determinação de Scholz de afastar a Alemanha da sua imagem anterior de campeã da austeridade na Europa, cimentando o novo papel de Berlim como líder em gastos na zona do euro na luta pela recuperação da pandemia de Covid-19.

O ministério das Finanças planeja atualizar suas estimativas de receitas fiscais na próxima semana. Em seguida, Scholz fará a proposta de orçamento para o governo federal em 2021, que o ministério deve aprovar até 23 de setembro.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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