Comprar ou vender?

Mitre tem segundo trimestre morno, mas mercado ignora e ações sobem 4%

14 jul 2021, 17:42 - atualizado em 14 jul 2021, 17:42
Mitre
O mercado, porém, ignorou o ceticismo dos analistas. As ações da Mitre fecharam em forte alta de 4,37%, a R$ 12,42 (Imagem: Mitre/Divulgação)

Os números da Mitre (MTRE3) divulgados em sua prévia foram mistos, avaliam analistas.

O mercado, porém, ignorou o ceticismo das casas de análises. As ações da Mitre fecharam em forte alta de 4,37%, a R$ 12,42.

As vendas líquidas da construtora dispararam 442% no segundo trimestre de 2021 ante mesmo período do ano passado, totalizando R$ 188,4 milhões, mostra documento enviado ao mercado nesta terça-feira (13).

As Vendas sobre Oferta (VSO) ficaram em 57%, mantendo um dos maiores índices do setor.

Ao todo, a companhia lançou dois empreendimentos, somando um VGV (Valor Geral de Venda) de R$ 236 milhões.

“Os resultados do segundo trimestre foram mistos, com lançamentos fracos (explicado pela Covid-19 e atrasos em obtenção de licenças de construção para seus projetos), mas as vendas foram fortes. Mitre realmente fez o dever de casa em todos os seus projetos, que estão com forte demanda”, aponta o BTG Pactual em relatório enviado a clientes.

Para o Credit Suisse, apesar dos números operacionais um pouco abaixo do projetado, a empresa atingiu a marca de lançamentos de R$ 1,3 bilhão nos últimos 12 meses, o que corrobora a visão positiva.

Porém, na visão do banco, o setor ainda inspira cuidados, dado um acirramento do ambiente competitivo.

A Ágora Investimentos acrescenta que mesmo que a Mitre tenha mostrado notável velocidade de vendas durante o trimestre, ela está se tornando cada vez mais dependente de lançamentos de dimensionamento para manter as engrenagens funcionando.

“Do lado positivo, o pipeline da empresa não deve ser incomodado por atrasos nas aprovações tanto quanto seus pares, uma vez que desenvolve projetos menores e mais simples”, afirma.

Segundo o estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, o crescimento da Mitre chamou a atenção.

“Ainda mais interessante é a velocidade de vendas, em 29,5%. Mitre tem sido uma das maiores VSO do segmento, combinando isso a um nível de rentabilidade muito elevado”, aponta.

Além disso, ele acrescenta que a companhia não tem dívida, esqueleto no armário, nem legado ruim e pode entregar um ROE superior a 20% “com alguma tranquilidade”.

“Fundamento está redondo. Técnico é um pouco ruim, seja por conta do preconceito enorme com o setor, seja porque ainda há um vendedor grande — é um único, mas ele ainda está lá, com alguma coisa perto de 1,5 milhão de ações remanescentes. Se rasparem o cara, isso voa para R$ 14-15 rapidinho”, argumenta.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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