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Mix determinará balanço das ações das usinas, mas cada uma sem fugir de seu quadrado habitual

24 maio 2022, 17:21 - atualizado em 24 maio 2022, 17:26
Cana de açúcar
Safra de cana do Centro-Sul deve recuperar a rodagem e volume proximamente (Imagem: REUTERS/Marcelo Teixeira/File)

O início lento da safra canavieira e prejudicado em volume porque a cana de início de ciclo foi a mais judiada em 2021 não estão nos preços das ações das usinas. A rodagem no Centro-Sul deverá ganhar força e até a qualidade da matéria-prima deverá melhorar com o frio. O mix, sim, se refletirá na relação direta com os preços do açúcar e etanol.

Há um consenso de que o início de moagem seria mais etanoleiro, ou até mesmo durante a safra até dezembro, mas não há garantias, apesar de se manter o viés de alta do petróleo.

A Índia, por exemplo, estaria em vias de limitar suas exportações de açúcar para manter os preços internos mais baixos, notícia que se confirmada pode embaralhar de vez o jogo e reacender os preços da commodity.

Depende, portanto, muito da capacidade de cada empresa jogar com a arbitragem entre açúcar e biocombustível, porém essa elasticidade sempre é limitada mesmo em usinas modernas.

Para o consultor Ricardo Pinto, dificilmente se mexe mais de 5 pontos percentuais com a moenda girando. “A não ser de uma safra para outra”, diz o CEO da RPA Consultoria, que não está vendo maior gravidade neste início de safra porque já era esperada, e mantém sua previsão de 560 milhões de toneladas de cana.

Então, no geral, com a recuperação parcial configurada, deverá prevalecer o que se conhece do perfil de cada uma das companhias industriais listadas na B3 (B3SA3).

A Jalles Machado (JALL3) é a que determina mais peso para o açúcar, embora também produza hidratado e anidro.

Inclusive têm mais de 30% da receita com o produto orgânico e suas especialidades. Obtém prêmio exportação e detém uma boa fatia do mercado interno com a marca própria Itajá.

Outro ponto é que tem muita cana própria, incluindo a unidade Santa Vitória, em Minas, comprada recentemente, que trabalha 100% sem fornecedor.

O grupo vai soltar o balanço do 1º trimestre do ano-safra no começo de agosto.

A São Martinho (SMTO3), cujos primeiros resultados corporativos também serão divulgados em agosto, é considerada a maior “jogadora”. Tem duas unidades em São Paulo, inclusive a sede, uma das maiores plantas do setor, e outra que praticamente só produz álcool em Goiás.

A Cosan (CSAN3), que divulgou o balanço do 1º trimestre de 2022, seguindo o ano-fiscal, e apresentou lucro líquido ajustado 70% menor que no mesmo balanço de 2021, é considerada bem equilibrada em mix.

Costuma fixar muito açúcar para exportação, mas tem pouco molejo estrutural para arbitrar com o etanol na medida em que controlada Raízen (RAIZ4) tem os compromissos de distribuição com a sua sócia, a Shell.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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