Bancos

Briga entre Nubank e Febraban esquenta, com nova troca de ataques; entenda

05 dez 2025, 12:27 - atualizado em 05 dez 2025, 12:27
Nubank
(Imagem: Divulgação/Nubank)

A discussão pública entre o Nubank (ROXO34) e a Febraban ganhou novos capítulos nesta sexta-feira. A federação, que representa os maiores bancos do país, como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), fez uma publicação no LinkedIn em resposta às falas do CEO do roxinho, David Vélez, dadas na semana passada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No texto, a entidade afirma que se deparou com números do Nubank que, segundo ela, não refletem saúde financeira: elevadas taxas de juros, alto patamar de inadimplência e forte impacto no endividamento dos clientes.

“O Nubank pratica o dobro de taxas de juros dos grandes bancos, tem inadimplência 3 a 7 vezes maior e níveis bem superiores de lucratividade, mas zero investimento em atendimento presencial ou programas sociais”.

Veja abaixo:

Além disso, tocou em um ponto extremamente sensível para o setor: juros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a federação, o Nubank cobra juros de 110,9% ao ano, contra 50,5% ao ano praticados pelos quatro maiores bancos tradicionais (crédito pessoal não consignado).

Diz ainda que o modelo de negócio é focado em lucro e juros elevados.

“O Nubank prioriza operações de curtíssimo prazo e mais rentáveis, cobrando juros altos e aceitando inadimplência bem elevada”.

Quem paga mais impostos?

A Febraban também voltou a afirmar que a fintech paga menos impostos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Vélez afirma, ainda, que sua fintech é a campeã em pagamento de impostos, mas os dados auditados mostram que o Nubank, bem ao contrário, gera menos impostos que os grandes bancos”.

Na publicação que gerou a resposta da Febraban, o CEO havia afirmado que, em 2025, o Nubank tem sido o maior pagador de imposto de renda entre as instituições financeiras brasileiras — considerando valores brutos e relativos (taxa efetiva).

“Apesar de o Nubank ter maior ROE, a proporção entre impostos devidos e lucro é a menor na comparação com quatro bancos de varejo, gerando enorme vantagem competitiva”, afirmou a federação.

Por fim, a entidade questiona se o Nubank seria uma empresa estrangeira, com sede fiscal nas Ilhas Cayman, focada em extrair lucro no Brasil para investir no exterior, cobrando juros altos, “tolerando elevada inadimplência e pagando poucos impostos”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em nota enviada ao Money Times, o Nubank disse que já apresentou sua posição e dados, “baseados em sua trajetória de sucesso e na satisfação de mais de 110 milhões de clientes”.

“Não vamos ficar respondendo aos ataques. Queremos agora focar nossa energia no que mais gostamos: continuar oferecendo os melhores produtos e serviços financeiros no mercado”.

Impostos: O motivo da crise

O enrosco entre Nubank e os grandes bancos começou após a proposta da Medida Provisória (MP) 1303 — retirada da pauta da Câmara e que perdeu a validade — que previa, entre outros pontos, o aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) das fintechs.

Até Fernando Haddad, ministro da Fazenda, se manifestou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Eu só tenho conta no Banco do Brasil. Só faço propaganda de banco público. Não faço propaganda de banco privado. Mas por que um banco do tamanho do Nubank paga menos impostos que um banco do tamanho do Bradesco? São bancos da mesma dimensão e estão competindo pelo mesmo mercado e mesmo cliente”, disse Haddad.

A medida gerou forte reação da Febraban — que historicamente defende alíquotas maiores para bancos digitais — e também do Nubank, que se defendeu com um estudo mostrando que a fintech pagaria, na prática, mais impostos.

“Apesar de a alíquota nominal desse tributo para as fintechs ser mais baixa que a dos bancos, é necessário analisar as taxas efetivas, ou seja, quanto cada instituição efetivamente paga em impostos. Nessa comparação, as fintechs já pagam mais que os bancos no Brasil”.

Segundo a fintech, ela foi a instituição financeira que mais gerou arrecadação para o governo em IR e CSLL, totalizando R$ 8,22 bilhões — valor superior ao de Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar