Morgan Stanley atinge fatia relevante em ação que virou queridinha da bolsa
A Tenda (TEND3) informou, nesta quinta-feira (18), que o Morgan Stanley atingiu uma participação relevante de 5,06% no capital da empresa, após a realização de operações no mercado à vista.
Segundo o comunicado, o banco norte-americano, representado por suas subsidiárias, passou a deter 6.202.617 de ações ordinárias da construtora.
No documento enviado à companhia, o Morgan Stanley afirmou que a movimentação não tem como objetivo alterar a composição do controle acionário nem a estrutura administrativa da Tenda.
A divulgação atende às regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige comunicação ao mercado quando um investidor atinge participação relevante em uma empresa listada.
A nova queridinha da bolsa
O aumento da participação do Morgan Stanley ocorre num momento em que a Tenda vem sendo destacada por casas de análise principalmente pelo valuation considerado atrativo.
Segundo o Bradesco BBI, por exemplo, a ação TEND3 é negociada a um múltiplo preço/lucro (P/L) de 5,4 vezes, bem abaixo de pares como Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), que operam em torno de 8,5 vezes.
Em relatório, os analistas Bruno Mendonça e Wellington Lourenço destacaram que a construtora mantém uma trajetória operacional positiva, sustentada por forte execução, geração de caixa consistente e apoio de fatores regulatórios.
A Tenda também recebeu recentemente um reforço do Bank of America (BofA), que elevou a recomendação do papel de underperform, equivalente à venda, para compra, e apontou a empresa como sua principal escolha no setor de construção.
De acordo com o banco norte-americano, a ação da companhia é negociada com um desconto excessivo em relação aos concorrentes, o que resulta em um perfil de risco-retorno mais atrativo.
Na mesma linha, o Safra destacou que o core business da Tenda “permanece firmemente no caminho certo”, com aceleração do processo de desalavancagem e perspectiva de melhora do lucro.
O banco projeta um ROE de 39% para 2026 e também mantém recomendação de compra, citando o P/L estimado de 5,4 vezes para o período, o menor entre as empresas sob sua cobertura.
Já o Itaú BBA segue com a construtora como sua top pick no segmento de habitação popular. Em relatório recente, a casa manteve a classificação outperform e apontou um preço-alvo de R$ 40 para os próximos 12 meses.
O JP Morgan também mantém a Tenda como sua principal escolha no setor, com preço-alvo de R$ 39 para dezembro de 2026, o que implica potencial de alta próximo de 70%.
Entre os pilares que sustenta a tese de investimentos, o banco destaca a possível aceleração dos lucros e a exposição ao programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Na bolsa de valores (B3), as ações da Tenda acumulam alta superior a 92% desde janeiro, quando iniciaram o ano negociadas a R$ 12,41.