Internacional

Morte do Papa Francisco: Entenda como será a escolha do novo líder da Igreja Católica

21 abr 2025, 8:36 - atualizado em 21 abr 2025, 8:36
Papa Francisco
Rituais, luto e eleição: o que acontece após a morte de um papa (Imagem: Vaticano News)

O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, encerrando um pontificado que marcou a história recente da Igreja Católica. Com seu falecimento, inicia-se um período meticulosamente regulamentado, composto por luto oficial, cerimônias fúnebres e o complexo processo de eleição de um novo líder para a Igreja.

Segundo as regras do Vaticano, a morte de um papa dá início ao chamado período de luto, que dura nove dias. O funeral deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte. Durante esse tempo, o Vaticano entra na fase conhecida como sede vacante, ou seja, o “trono vazio”. O poder pontifício é oficialmente encerrado com a quebra simbólica do Anel do Pescador.

Quem organiza o funeral, assume temporariamente algumas funções administrativas e é responsável por convocar o conclave é o camerlengo – atualmente o cargo pertence ao cardeal irlandês Kevin Farrell.

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Funeral fora do Vaticano

Tradicionalmente, os papas são enterrados nas Grutas do Vaticano, sob a Basílica de São Pedro. Porém, Francisco expressou o desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma – uma escolha que rompe com mais de um século de tradição.

Ele também pediu um funeral mais simples, sendo enterrado apenas em um caixão de madeira e zinco, ao invés dos tradicionais três caixões (cipreste, chumbo e carvalho).

A cerimônia deverá atrair fiéis e líderes mundiais à Praça de São Pedro, e será conduzida pelo decano do Colégio dos Cardeais, o italiano Giovanni Battista Re, de 91 anos.

O conclave

Entre o 15º e o 20º dia após a morte, os cardeais com menos de 80 anos se reúnem no Vaticano para dar início ao conclave – o processo altamente secreto de eleição do novo papa. Atualmente, cerca de 120 cardeais estão aptos a votar, entre os 252 membros do colégio cardinalício espalhados pelo mundo.

Os cardeais ficam isolados do mundo exterior em acomodações especiais no Vaticano. Eles são proibidos de usar telefones, assistir televisão ou ter contato com notícias externas. Todo o processo acontece sob rígido sigilo, com ameaças de excomunhão para quem vazar qualquer tipo de informação.

As votações ocorrem na Capela Sistina, e só termina quando um candidato atinge dois terços dos votos. Se não houver consenso, há pausas para oração e novas rodadas de votação. As cédulas são queimadas após cada votação, produzindo a famosa fumaça preta ou branca, que sinaliza ao mundo o andamento da eleição.

O anúncio de um novo papa

Quando a fumaça branca finalmente aparece, é sinal de que a Igreja Católica tem um novo líder. O eleito é questionado se aceita o cargo e escolhe o nome pelo qual será conhecido. Após ajustes nas vestes papais, ele aparece na sacada da Basílica de São Pedro, onde é proclamado com a frase latina “Habemus Papam!”.

Em seguida, o novo papa faz sua primeira bênção pública, a tradicional Urbi et Orbi (“à cidade e ao mundo”), marcando o início de um novo pontificado.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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