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Muito além do Bitcoin: As criptomoedas mais negociadas entre os brasileiros; como funcionam?

30 maio 2023, 13:06 - atualizado em 30 maio 2023, 13:06
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As plataformas que mais negociam criptomoedas no Brasil, e que possuem CNPJ brasileiro, são as corretoras Foxbit e o Mercado Bitcoin (Imagem: Pexels/Alesia Kozik)

O Bitcoin (BTC) caminha para fechar seu primeiro mês negativo em 2023, mas existem outras criptomoedas que são tão negociadas quanto ele. Mesmo sendo a primeira de todas, e a maior em valor de mercado, o Bitcoin ainda pode virar segunda opção entre investidores com teses diferentes.

As plataformas que mais negociam criptomoedas no Brasil, e que possuem CNPJ brasileiro, são as corretoras Foxbit e o Mercado Bitcoin. Além das corretoras, existem bancos que oferecem os serviços em plataformas, como a Mynt do BTG e a Xtage da XP Inc.

Além deles, é possível comprar criptomoedas por meio do Nubank, Mercado Pago, PicPay e a corretora Rico através da Xtage. Vale ressaltar que, tirando a Mynt, essas plataformas não permitem o saque de criptomoedas através da rede blockchain.

Não é só de Bitcoin que vive o mercado de criptomoedas

Assim como na Bolsa de Valores, onde os segmentos são determinados por energia, infraestrutura, saúde e assim por diante, o mercado de criptomoedas possui suas especificidades.

No mercado de criptomoedas, cada parte da infraestrutura possui um determinado tipo de ativo e função. Na economia descentralizada, todo protocolo possui seu token e seu “tokenomics”, forma de distribuição e de recompensar seus usuários.

Antes de tudo, é importante ressaltar que uma criptomoeda é um ativo que possui como objetivo ser um meio de troca para negociações dentro do sistema blockchain. Já um criptoativo é um ativo digital. Uma criptomoeda é necessariamente um criptoativo, mas um criptoativo nem sempre é uma criptomoeda.

  • Tokens, ou criptoativos, de blockchains de primeira camada

Pensando em cada blockchain como um país à parte, toda transação econômica necessita ser verificada por um agente. Essa verificação é realizada pelos chamados validadores, que emitem ou recebem a moeda local como forma de recompensa por seu trabalho.

Em exemplos práticos, a Ethereum (ETH) é a maior rede de contratos inteligentes do mercado – ou seja, um país com normas, contratos e leis determinadas por códigos auto-executáveis, tirando a necessidade de um “poder executivo” nesse ambiente.

Entretanto, o “poder judiciário” pode ser atrelado aos validadores, que garantem que os contratos de compra e venda estão sendo devidamente executados. Eles recebem o criptoativo nativo, o Ether (ETH), como recompensa por seu trabalho.

A pessoa que paga os Ethers a esses validadores são os próprios usuários da rede. São os impostos do país, que servem para ser pagos ao judiciário em questão. Toda transação de compra, venda ou troca tem um custo, e parte desse custo é direcionado ao pagamento dos validadores.

Esse é justamente o valor que especialistas dão a esses tipos de tokens, quanto maior for a demanda para utilizar aquela moeda local, maior sua valorização. Além do Ethereum, existem outras blockchains no mercado, como Cardano (ADA), Solana (SOL), Aptos (APT), Near (NEAR) e mais, cada qual com suas regras e teses diferentes.

  • Tokens, ou criptoativos, de blockchains de segunda camada

Uma das maiores questões atuais dos blockchains é a escalabilidade. Em um cenário de superlotação destes “países”, ou blockchains, os validadores podem não dar conta de todas transações comerciais.

Por isso, existem municípios. Nestes municípios, as transações econômicas são validadas de forma mais rápida e mais concentrada.

Após reunir certa quantidade de transações, a informação resumida de tudo o que aconteceu é enviada ao “Governo Federal”, ou seja, para aquela primeira blockchain de primeira camada como a Ethereum.

Como dito anteriormente, na economia descentralizada, cada um possui sua própria moeda. O caso se aplica aqui. Estes municípios funcionam da mesma forma, mas com outros criptoativos no pagamento das taxas. É o caso da Arbitrum (ARB) e da Optimism (OP).

A tese entre os investidores que investem nesses ativos é a superlotação no país, fazendo com que usuários migrem para estas blockchains a fim de terem suas transações validadas mais rápido na rede principal. Mais uma vez, oferta e demanda.

Existe uma variedade de tipos de municípios, e diferentes tecnologias que o fazem funcionar. Existem aqueles em que não é necessário que o Governo Federal tenha ciência de todas as transações feitas no território, mas apenas confiança na prefeitura local (zkRollUps).

Também existem aqueles em que o Governo Federal, no fim, precisa ter uma prova concreta de tudo que foi verificado pela prefeitura para que inclua os registros em seus blocos, ou registros (Optimisc).

Há ainda aqueles que ficam fora do terrítório nacional, como um novo país interligado ao principal, e são conectados por “pontes”. Nele, as verificações são enviadas por meio de mensageiros. Essas são as blockchains paralelas, ou sidechains, como a Polygon (MATIC)

  • Tokens, ou criptoativos, de finanças descentralizadas (DeFi)

Para tudo isso fazer sentido, o país precisa ter atividades econômicas. Afinal, para ter operações financeiras sendo validadas, é preciso existir aplicações que possibilitem tal atividade.

As aplicações mais conhecidas nesse sentido são as corretoras descentralizadas, DEXes. Tratam-se de bancos descentralizados que funcionam sob as normas, ou códigos, auto-executáveis.

Esses bancos possuem capital aberto no país blockchain. Mas, ao invés de distribuírem participação societária através de ações, eles fazem via tokens. São os chamados tokens de governança.

Eles, bem como as ações ordinárias, entregam ao detentor o direito de voto em decisões da companhia. Alguns também se comportam como papéis preferenciais e entregam dividendos aos detentores.

A distribuição é feita de maneira descentralizada. Quem valida tudo isso é o judiciário do país onde o banco estiver operando. Por exemplo, a Uniswap (UNI) é a maior corretora descentralizada da rede Ethereum.

Além dela, existe a Pancake Swap (CAKE) na rede BNB Chain, outra blockchain de primeira camada. Ainda existem concorrentes da Uniswap na Ethereum, como a Sushiswap (SUSHI).

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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