Não é o Banco do Brasil (BBAS3): XP vê outro bancão para lucrar com dividendos; veja retorno
Bancos são ações preferidas para quem gosta de lucrar com dividendos. Além de serem mais resilientes, dificilmente irá ver algum dando prejuízo.
Porém, dentro do cardápio da Bolsa, alguns nomes se destacam. Um deles é o Santander (SANB11), que entrou no menu principal da XP.
Os analistas elevaram o preço-alvo do bancão de R$ 35 para R$ 37, o que representa um potencial de alta de 18%.
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De acordo com Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, que assinam o relatório, o banco tem potencial para entregar fortes dividendos, com dividend yield (retorno de dividendos) estimado em 9,5% para 2026.
Eles também elevaram o payout (percentual do lucro distribuído aos acionistas) terminal de 65% para 75%.
E como não bastasse, o papel apresenta uma assimetria atrativa, ou seja, não está totalmente precificado, mesmo após subir 32% no ano, impulsionado pela entrega de bons resultados.
Ganha, ganha?
Nos cálculos da dupla, as units do Santander atualmente são negociadas próximas ao valor patrimonial projetado para 2026, com um P/B (preço sobre valor patrimonial) de 1,1x.
“Acreditamos que o valuation atual reflete preocupações dos investidores sobre a capacidade da empresa de sustentar um ROE acima do custo de capital próprio no longo prazo — visão que não compartilhamos”, escreveram.
Ainda segundo a XP, enquanto os múltiplos permanecerem atraentes, discussões sobre um possível fechamento de capital do banco no Brasil podem ressurgir.
Na pior das hipóteses, isso poderia servir como um piso para a cotação, “reforçando a assimetria positiva que enxergamos na tese”.
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Em conversa com analistas, o CEO do banco, Mário Leão, foi questionado sobre o tema e respondeu que “não se surpreenderia caso o grupo optasse por fechar o capital”.
Santander jogando redondo?
A mudança de recomendação vem menos de uma semana após o resultado do 3T25, quando o banco reportou lucro de R$ 4 bilhões, alta de 9%.
O ROE (retorno sobre o patrimônio) também subiu, voltando ao patamar de 17%.
Para os analistas, isso é apenas o começo.
Guttmann e Guimarães projetam ROE terminal de 19%, encostando nos 20% — número considerado “mágico” pelo mercado e bem acima do custo de capital (16,3%).
‘Possivelmente, vamos crescer menos que o mercado, e tudo bem’, diz CEO
Mesmo assim, os analistas afirmam que 2026 será um ano mais desafiador, devido a um contexto macroeconômico menos favorável, o que exigirá uma postura mais conservadora.
Na mensagem do balanço, o Santander deixou alguns sinais para 2026, ano que será marcado pelas eleições presidenciais.
Seria um indício de que o próximo ano será pior que 2025? Questionado pelo Money Times, Leão respondeu que não necessariamente.
“Todo ano de eleição traz o potencial — e a potencial volatilidade — das expectativas do mercado sobre quem vai ganhar. Pode acontecer. E a gente tem que estar preparado para isso. Mais do que nunca, é hora de estar próximo dos clientes.”
Apesar disso, o executivo afirmou que 2026 deve registrar um CDI médio menor do que o de 2025.
E os números?
A XP projeta crescimento da carteira de crédito em conjunto com uma margem financeira de mercado (NII) ainda pressionada.
Isso, porém, será compensado por uma NIM (margem de juros líquida) mais alta, impulsionada pela melhoria no financiamento.
No segundo trimestre, a margem com clientes aumentou 2,7%, para R$ 16,5 bilhões.