Economia

‘Não sou capaz de dizer quando haverá queda de juros’, diz Campos Neto; presidente do BC volta a falar em Selic de 26% em sabatina no Senado

25 abr 2023, 11:31 - atualizado em 25 abr 2023, 11:36
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Campos Neto fez uma apresentação explicando sobre meta de inflação, Copom, Selic e comunicação do Banco Central. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está em uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para explicar como o Banco Central determina a taxa Selic com o objetivo de combater a inflação.

Durante a primeira parte do encontro, no qual ele fez uma apresentação explicando sobre meta de inflação, funcionamento do Comitê de Política Monetário (Copom) e os comunicados do Banco Central, Campos Neto destacou que ele não é o único responsável pela decisão de juros.

“Não sou capaz de dizer quando haverá queda de juros. Eu sou um voto de nove [diretores que compõe o Copom]”, disse.

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Confira as falas de Campos Neto no Senado

Ele ainda aproveitou para destacar que processo de redução de juros é técnico, leva tempo e depende de diversas variáveis. “O Banco Central tem horizonte de atuação técnico que difere por muitas vezes do ciclo político, mas que maximiza o resultado para a sociedade no longo prazo”.

A autarquia mantém a Selic em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado. No entanto, desde que assumiu o poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva critica o elevado patamar da taxa básica de juros e a questionar a autonomia do Banco Central.

Em sua rápida aula de política monetária, Campos Neto lembrou que o Banco Central observa inflação corrente, o hiato do produto e as expectativas de inflação para definir os juros.

“Nós tivemos pioras consecutivas nas expectativas desde novembro. Há mais de 14 semanas temos expectativas de inflação pior”, afirmou o presidente do BC.

Campos Neto ainda disse que os juros estariam em 18,75% se não a autoridade monetária não tivesse elevado a Selic antes e de forma rápida. No entanto, o núcleo da inflação ainda tem rodado a 7,8%, o que é muito alto para uma meta de 3%. “Se o Brasil quiser convergir a inflação para a meta, os juros teriam que ser de 26%”.

Ele ainda reclamou que as atas e comunicações do Banco Central estão sendo usados como objetos para debate político, sendo que os textos são técnicos e cada palavra é discutida pela equipe econômica, sendo que os textos seguem modelos internacionais de comunicação de outras autoridades monetárias.

Veja a apresentação do presidente do Banco Central na íntegra

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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