Commodities

“Não tem milagre” contra maior demanda e China voltará a comprar mais soja americana

23 jan 2020, 14:30 - atualizado em 23 jan 2020, 14:38
Consumo global de soja não será suportado pelo aumento da demanda e preços melhorarão (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Se o mercado de soja buscar o bushel abaixo dos US$ 9 em Chicago, o lastro é muito mais pelos barulhos não resolvidos do acordo comercial entre China e Estados Unidos. Por fundamentos, a virada deverá acontecer, porque “não tem milagre” que faça brotar grão para suprir as necessidades chinesas.

A avaliação de Vlamir Brandalizze é que Pequim – que de Davos mandou o recado de que as compras do país seguirão acontecendo onde tem soja mais barata – não tem como escapar nem do produto americano. Só a América do Sul não banca as apostas de ofertas suficientes, acredita o CEO da Brandalizze Consulting.

Os chineses seguirão aplicando os 25% de taxas à oleaginosa dos Estados Unidos, inclusive porque estes também não vão cortar mais tarifas impostas antes da fase do 2 do acordo, ainda sem previsão.

Mas a China acabará comprando mais volumes assim que, provavelmente, virar o Ano Novo lunar por lá e cessar a lentidão típica dos negócios nesta época de feriadões. Até lá, ainda a colheita brasileira não terá explodido.

Os US$ 9 nas posições curtas e os US$ 9,30 a US$ 9,50 nas médias e longas na CBOT – inclusive como circulam nesta quinta (23) – vão ter mais apoios de altas logo mais, contra uma situação de consumo global de mais 20 milhões de toneladas.

Brandalizze ainda tempera o otimismo pelos baixos estoques de passagem dos Estados Unidos, que nas pesquisas iniciais podem ficar em 12,5 milhões/t este ano, com chance de descerem para 10 até agosto com importações mais robustas da china. Em 2019 os inventários foram de 25 milhões/t.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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