Mercados

Nasdaq aposta em tecnologia de blockchain para ampliar mercado no Brasil

04 fev 2020, 15:35 - atualizado em 04 fev 2020, 16:14
Fredrik Sjöblom, Lars-Göran Larsson e Carlos Patiño, representantes da Nasdaq Market Technology
Sjöblom, Larsson e Patiño: Nasdaq busca ampliar presença no Brasil, de olho na expansão do mercado de ativos digitais (Imagem: Money Times/Márcio Juliboni)

Apenas captar empresas brasileiras interessadas em negociar suas ações no exterior não satisfaz a Nasdaq. A famosa bolsa de valores americana, conhecida por atrair companhias de tecnologia, prepara-se para avançar ainda mais no Brasil.

Seus novos cartões de visitas são a tecnologia blockchain, que nasceu com as criptomoedas, mas vem ganhando autonomia, e a tokenização.

O blockchain é um método de armazenamento de dados em rede. Operações realizadas com a tecnologia blockchain são registradas automaticamente em todos os computadores que participam da rede, evitando o risco de perda de informações e aumentando a confiabilidade.

O encadeamento dos registros cria uma espécie de livro-caixa de todas as transações (conhecido como tecnologia de registro distribuído, ou DLT, na sigla em inglês).

Novo mundo

Já a tokenização refere-se a contratos digitais baseados na tecnologia blockchain, e que representam ativos reais. Assim, quem possui o token, na prática, possui também o ativo real que ele representa.

O ponto é que a união do blockchain com a tokenização permite comercializar não apenas criptomoedas, mas qualquer ativo. E é aí que a Nasdaq entra.

“Os novos mercados não são como os tradicionais, que negociam bens e securitização. Eles poderiam envolver de carros usados a aparelhos celulares, arte, créditos de carbono, imóveis, energia. Tudo o que você tem”, explica Carlos Patiño, vice-presidente associado da Nasdaq para a área de tecnologia e negócios.

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Diversificação: de imóveis a obras de arte, a digitalização do mercado está longe de acabar, segundo a Nasdaq (Imagem: Wikimedia Commons)

Patiño está no Brasil, acompanhado por Fredrik Sjöblom e Lars-Göran Larsson, também da área de tecnologia da Nasdaq, em busca de novos negócios. Na tarde desta segunda-feira (3), em visita à Empiricus Research, à qual Money Times teve acesso, os executivos mostraram otimismo com o potencial do mercado brasileiro. O encontro foi intermediado pelo advogado Rodrigo Borges, especialista em criptoativos e um dos fundadores da Oxford Blockchain Foundation.

“Já temos clientes no Brasil, mas vemos uma tremenda, grande e vibrante economia aqui”, disse Patiño. “Vemos tremendas oportunidades no Brasil, especialmente na digitalização e tokenização de ativos”, acrescentou.

Mais liberdade

O executivo observa que os brasileiros possuem um “espírito muito empreendedor” e que as novas tecnologias podem contribuir. Embora não possam citar os clientes que já atende no país, os representantes da Nasdaq demonstraram interesse pelas fintechs locais. “Elas precisam de serviços focados em rápido desenvolvimento de soluções”, afirmou Larsson.

Ele explicou, ainda, que, nos últimos anos, as tecnologias de blockchain centralizaram a atenção dos especialistas que estão construindo o mercado de ativos digitais. “As empresas têm procurado um caso de aplicação de fato, que prove a eficiência da nova tecnologia”, disse Larsson. “Acredito que estamos chegando lá.”

Patiño acrescenta que as soluções buscadas pelo mercado (e pela Nasdaq) caminham na direção de assegurar “um acordo entre comprador e vendedor, consumidor final e fornecedor”.

Para o executivo, o crescimento do mercado de ativos digitais e tokenização “é um trem movendo-se na direção correta, dos ativos tradicionais para os novos mercados”. Um trem que, se depender da Nasdaq, terá escalas no Brasil – e o quanto antes.

A entrevista completa faz parte do conteúdo exclusivo de criptoativos da Empiricus Research.

(Com a colaboração de Daniela Pereira do Nascimento)

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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