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Natura (NTCO3): Vazamento de balanço? É possível descobrir resultado de uma outra forma

21 abr 2022, 12:55 - atualizado em 21 abr 2022, 13:00
Natura
É possível ter uma noção do tamanho do desafio da companhia por outro caminho: analisando a sua concorrente L’Oreal

A notícia de que os resultados do primeiro trimestre de 2022 da Natura (NTCO3) teriam vazados abalou os preços das ações. Mas mais do que isso, os números mostraram uma situação nada fácil para a gigante de cosméticos.

Dessa forma, o papel derreteu 15,58%, a R$ 21,35.

Porém, é possível ter uma noção do tamanho do desafio da companhia por outro caminho: analisando a sua concorrente L’Oreal, que divulgou seus números de vendas do primeiro trimestre de 2022. E foi exatamente o que fez a Ágora Investimentos em relatório enviado a clientes.

Os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles destacam que na Europa, região importante para The Body Shop (TBS) e Avon International, a L’Oreal reportou um mercado “flutuante”, retornando aos níveis pré-pandemia.

“A empresa destacou um crescimento particularmente forte na categoria de maquiagem (uma categoria-chave para a Avon) e no Reino Unido (o maior mercado único da The Body Shop)”, colocam.

Já as vendas on-line foram relatadas como baixas devido a um efeito base, o que significa alguma mudança de volta
para os canais físicos, o que deve ajudar a The Body Shop.

Na América Latina, o crescimento da L’Oreal atingiu 22,2% na comparação anual, com a empresa relatando que o mercado de beleza continuou a se expandir em todos os principais países; México (mercado importante para Avon e Natura) e Chile foram apontados como “excelentes”, enquanto no Brasil, a L’Oreal teve “forte crescimento”.

“Um dos principais impulsionadores do desempenho da L’Oreal na região foram os ganhos significativos de participação de mercado na divisão de produtos de consumo”, dizem.

Em teleconferência, o CEO da L’Oreal afirmou que o crescimento do mercado (globalmente) foi de cerca de 8% no trimestre.

Sobre a guerra da Ucrânia e o lockdown em Xangai, o executivo disse que “não houve nenhum impacto negativo do contexto atual no crescimento geral do mercado”.

Em relação aos custos, a empresa comentou que o ambiente é “difícil” e “volátil”, mas a administração espera poder
mitigar esses efeitos por meio da gestão do crescimento da receita.

O que isso diz sobre a Natura?

Para a dupla de analistas, o primeiro trimestre deverá ser difícil para Natura e Avon no Brasil, com ambas as marcas apresentando crescimento negativo na linha de receita.

“Dito isso, também esperamos ver sinais de que as iniciativas implementadas no segundo trimestre de 2021 para recuperar o crescimento das vendas de ambas as marcas estão dando frutos”, colocam.

Eles argumentam que a evidência disso será fundamental para que o mercado comece a ter mais confiança em um segundo semestre mais forte e atingindo o Ebitda consolidado de consenso para 2022 de cerca de R$ 4,6 bilhões.

“Achamos que os resultados do primeiro e do segundo trimestre serão um parâmetro importante para o mercado julgar se a empresa realmente será capaz de se recuperar”, completam.

A Natura deverá divulgar seus números no dia 5 de maio.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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