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Nem bem a confusão sobre a soja este ano terá tido um fim, logo é o clima no Brasil a entrar no preço

04 ago 2022, 9:26 - atualizado em 04 ago 2022, 10:12
Produção Agrícola
Safras de soja ainda deverão sentir influências fora dos fundamentos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A confusão sobre a principal commodity agrícola brasileira e mundial, entre fundamentos e reflexos geopolíticos e econômicos, se arrasta este ano até mais que nos períodos de negociação dos acordos comerciais entre China e Estados Unidos ou mesmo no avanço da pandemia, o que mantém as cotações abaixo dos US$ 14 o bushel. E logo mais vão se juntar as condições do clima no Brasil.

A soja começa a ser plantada na maioria dos estados a partir de 15 de setembro, após o fim do vazio sanitário – período de 90 dias sem autorização sanitária de plantio -, e no final de agosto o clima aguardado já será esboçado nos preços cada vez mais.

Lembra-se, por exemplo, que já nos primeiros dias de setembro de 2021 a seca que se abatia sobre o Brasil mostrava previsão de semeadura mais tardia e Chicago saltava, com as primeiras estimativas de quebra da safra – que se concretizou, ao final, em 125 milhões de toneladas aproximadamente, cerca de 11% menor.

Até final deste mês, o cenário do tempo nos Estados Unidos, com forte influência nessa fase de transição entre as duas maiores safras mundiais, deixa de ser tão relevante, porque a colheita é prevista para final de setembro em diante. E o quadro de oferta americana estará praticamente concluído.

À parte ainda que a demanda chinesa – sempre ela – deverá seguir em compasso de espera, nada indica que os fatores geopolíticos e os reflexos dos mercados financeiros terão cessados.

A Ucrânia começou a exportar grãos, mas a influência na soja se dá apenas via o óleo (girassol). A Rússia espera relaxamento das sanções econômicas do Ocidente, com o acordo do corredor aberto no Mar Negro, sem garantias. A fragilidade segue em linha e uma volta atrás dos russos detona nova onda de instabilidade econômica.

Nesta semana, a visita da Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, a Taiwan, incendiou as relações com a China, para completar a fotografia geopolítica na bagunça sobre as commodities agrícolas. Ainda não há sinal de distensão.

Os Estados Unidos seguem em desaceleração econômica e mesmo que a política de rigidez monetária do Federal Reserve (Fed) alivie a mão sobre os juros, a repercussão sobre a influência na proclamada recessão mundial mantém os ativos de risco em suspense.

Ah, sim, o câmbio no Brasil resvala também, a esperar as condições que a nova taxa Selic a 13,75% impactará o fluxo de divisas ao Brasil.

Vendas lentas

Com toda essa confusão armada, o Brasil chegou, agora, com cerca de 38 milhões de toneladas da safra 21/22 ainda não negociadas e em torno de 15% da soja nova 22/23, contra a média anterior de 30%, estima do consultor Vlamir Brandalizze.

No novo ciclo, já se fala em aumento leve de área e de maior produtividade, o que poderia elevar o volume para 150 milhões/t – desde que o clima funcione positivamente.

“Muita gente está segurando a soja diante de todos esses fatores refletindo”, diz ele.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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