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Netflix (NFLX) perdeu o trono? Empresa tem queda de mais de 20% em suas ações e perda de 200 mil assinantes

20 abr 2022, 8:07 - atualizado em 22 abr 2022, 14:12
Netflix
A perspectiva dos analistas é negativa quanto a recuperação da empresa dentro dos próximos meses (Imagem: Unsplash/Thibault Penin)

Após uma queda de 26% em suas ações na Nasdaq, a Netflix (NFLX; NFLX34) pode estar próxima de perder seu posto de líder no segmento de streamings.

Os resultados do primeiro trimestre da empresa revelaram uma perda de 200 mil assinantes na plataforma — número diretamente relacionado a suspensão das operações da Netflix na Rússia após o início do conflito com a Ucrânia. Com o fim de suas operações no país, a plataforma perdeu cerca de 700 mil assinantes locais.

Aumento na concorrência

Entretanto, apesar das instabilidades causadas pelos embates no leste europeu, a Netflix também se viu atingida pelo aumento da competitividade no setor de streaming desde o final do ano passado.

Com novos agentes no mercado, como Disney+, Amazon Prime Video e HBO Max, a companhia observou através de seus resultados que não poderá permanecer com a mesma estratégia comercial que utilizava antes, quando ainda era uma líder solitária do segmento.

Streaming HBO Max
O aumento no número de novos serviços de streaming afetou drasticamente a Netflix, que até pouco tempo era uma das únicas empresas do segmento à nível global (Imagem: Shutterstock/Tada Images)

Inflação nos EUA

Para Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, os números da Netflix também são reflexo do aumento da inflação nos Estados Unidos, que ainda é o maior mercado do serviço no mundo.

“Dado que a Netflix é uma empresa que já tomou grande parte do mercado, o seu avanço depende um pouco do crescimento orgânico da compra de televisores, novos usuários e do próprio mercado de entretenimento. Esses fatores não têm evoluído no contexto da inflação”, afirma.

Além disso, Lobão identifica que o compartilhamento de assinaturas por múltiplos usuários pode ter gerado uma queda no número de novos assinantes, que eram estimados 2,5 milhões pela Netflix ao final do último exercício.

Custos X Preços

Apesar do lançamento de novas temporadas de séries de sucesso, como Stranger Things e Ozark, e a estreia de filmes aguardados, como The Grey Man, estrelado por Chris Evans e Ryan Gosling, a Netflix observou que os gastos adquiridos pela produção interna de seus títulos poder fazer com que a conta final entre sua receita e seus custos não feche como esperado.

Netflix
O lançamento de títulos aguardados pelos usuários da Netflix não foi capaz de impedir a queda drástica em seu número de assinantes (Imagem: Divulgação/Netflix)

O registro de lucro por ação de US$ 3,53 pôde ser justificado pelo aumento global no valor das assinaturas do serviço. Esse ponto, porém, também foi considerado por muitos analistas como uma das razões para queda histórica em seu número de assinantes.

Outros serviços de streaming, como Disney+, já anunciaram o lançamento de linhas de assinatura mais baratas com suporte de anúncios. A Netflix, ao contrário de suas concorrentes, naquele momento, declarou que não acreditava que esse fosse o caminho para reduzir seus custos.

Agora, com o novo cenário, a Netflix pode adotar a estratégia proposta por suas concorrentes ou buscar novas soluções para redução do preço de suas assinaturas, como havia feito na Índia há poucos meses.

A queda da Netflix também afetou outras empresas de streaming. A Roku (R1KU34) caiu mais de 6% na bolsa de Nova York, enquanto Walt Disney (DIS; DISB34) observou um declínio de 5%. A Warner Bros Discovery, responsável pela HBO Max, também teve queda de 3,5% em seus papéis.

*Matéria atualizada no dia 22 de março com percentual corrigido da queda das ações da Netflix na bolsa de Nova York baseada no dia 19 de abril.

Estagiário
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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