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No rastro do coronavírus, empresas suspendem projeções e IPOs

12 mar 2020, 19:09 - atualizado em 12 mar 2020, 19:09
Azul
A Azul disse na quinta-feira que vai cortar a capacidade internacional em até 30% e reduzir o crescimento doméstico de forma preventiva (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A turbulência nos mercados globais traz os primeiros impactos sobre os negócios das empresas brasileiras, com companhias aéreas suspendendo projeções, vendas de ativos sendo colocadas em risco e ofertas de ações adiadas.

Na quinta-feira, a Latam Airlines e a Azul (AZUL4) suspenderam o guidance para 2020, além de anunciarem redução da capacidade internacional.

A australiana Karoon Energy disse que a aquisição de US$ 665 milhões do campo de Baúna da Petrobras (PETR4PETR3) será adiada. E a oferta pública inicial da Caixa Seguridade foi suspensa.

O IPO fazia parte da lista de 25 ofertas de ações que eram esperadas para as próximas semanas.

Além da turbulência global que atinge em cheio os mercados, a derrota do governo no Congresso na quarta-feira deixou os investidores ainda mais nervosos.

O presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei que eleva o limite de renda para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas a decisão foi revogada por ambas as casas, um forte revés para os planos de austeridade que podem custar R$ 217 bilhões aos cofres públicos ao longo de uma década.

A Azul disse na quinta-feira que vai cortar a capacidade internacional em até 30% e reduzir o crescimento doméstico de forma preventiva.

A Azul e a Latam, que também anunciou redução de 30% das operações internacionais, fazem coro às companhias áreas globais que anunciaram medidas drásticas para aliviar o impacto do surto de coronavírus.

O Goldman Sachs prevê queda do tráfego aéreo global de 7% em 2020, um cenário ainda pior do que o enfrentado pelo setor após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

“Será um ano difícil para quase todos os setores”, disse Leonardo Rufino, gestor da Pacífico Gestão de Recursos. Companhias aéreas, varejistas e empresas do setor de saúde devem ser as mais afetadas, disse.

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