Economia

Novela das metas pode durar até junho; entenda como o CMN define as metas de inflação

15 fev 2023, 15:30 - atualizado em 15 fev 2023, 15:30
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Lula defende a revisão das metas de inflação para tentar reduzir a Selic. No entanto, mudança das metas deve ser confirmada apenas em junho. (Imagem: Mehaniq)

Amanhã, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tem a sua primeira reunião do ano e do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Participam do encontro o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; e a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Entre as obrigações do CMN, está a definição das metas de inflação. O regime de metas foi adotado pelo Brasil em julho de 1999 e tem como objetivo garantir a estabilidade dos preços no país, além de trazer credibilidade para o governo no controle da inflação.

“Como a meta é estabelecida para um período longo, o mercado calibra suas expectativas com base no desempenho esperado da economia e no nível de juros estabelecido pelo Copom. O Banco Central, por sua vez, utiliza as expectativas de inflação do mercado para calibrar a taxa Selic. Nesse sentido, a credibilidade da política monetária é fundamental para a ancoragem das expectativas de longo prazo”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe e head do departamento de Research do Inter.

Atualmente, as metas são 3,25% em 2023 e 3% para 2024 e 2025; além disso, existe um limite de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

O CMN sempre trabalha com o período de três anos. Ou seja, este ano, será definida a meta de 2026, além da avaliação das metas já definidas. Essa definição costuma ser feita apenas na reunião de junho, embora o meta de inflação esteja em alta no mercado.

O grupo leva em conta o Índice de Preços Para o Consumidor Amplo (IPCA) para basear as metas.

Guerra às metas

Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem criticando duramente a política monetária adotada pelo Banco Central e ele vê nas metas de inflação uma solução para reduzir a Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto, sem intervir diretamente na autonomia do BC.

“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”, disse durante uma entrevista na GloboNews.

Entre 2003 e 2016, período dos dois primeiros mandatos de Lula, a meta ficou estável em 4,5% e com um intervalo de 2 pp, que permaneceu entre 2004 e 2014.

A meta vem sendo reduzida desde 2019. No entanto, já são dois anos consecutivos que a inflação brasileira fica acima do teto estabelecido. Com isso, o Banco Central mantém os juros em alta na tentativa de reduzir esse movimento inflacionários.

Na cabeça de Lula, se a meta fica mais alta, a inflação do país – que está em 5,79% – estaria mais próxima do teto ou do centro e a Selic poderia ser reduzida.

Segundo informações do BroadcastLula avisou a equipe econômica que quer um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação de 2023. Atualmente, ela é de 3,25%, com um limite de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

Na visão do presidente, com a mudança, a Selic poderia fechar 2023 no patamar de 12% ao ano.

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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