Novo vírus no WhatsApp está roubando dados bancários de brasileiros; veja como se proteger

Com cerca de 147 milhões de usuários ativos no Brasil, segundo a Statista, o WhatsApp se consolidou como o aplicativo de comunicação mais utilizado no país. Esse tamanho e popularidade facilitam a comunicação no dia a dia, mas também atraem golpistas em busca de oportunidades para aplicar fraudes.
Um novo vírus, chamado Maverick, está circulando pelas conversas do WhatsApp, tanto na versão Web quanto no celular, com foco específico nos brasileiros. Este trojan (software malicioso) utiliza técnicas avançadas para roubar dados bancários e informações de clientes de diversos bancos e corretoras de criptomoedas no Brasil.
Como é feito o ataque no WhatsApp
De acordo com a Kaspersky, o vírus se disfarça como um arquivo no formato .zip, que contém um atalho .LNK. Quando aberto, o arquivo verifica o fuso horário, idioma, região e formato de data/hora do sistema. Caso o computador não esteja com as configurações brasileiras, a infecção não ocorre.
O malware vem acompanhado de uma mensagem dizendo: “Visualização permitida somente em computadores. Caso esteja utilizando o navegador Chrome, poderá ser solicitado para ‘Manter’ o arquivo, por se tratar de um arquivo zipado.”
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Ao abrir o arquivo, o vírus é ativado e começa a monitorar a navegação do usuário, com foco em sites de serviços financeiros. Ele observa o comportamento em 26 bancos e 6 corretoras de criptomoedas monitoradas pelo Maverick.
Além disso, o vírus pode utilizar a conta de WhatsApp da vítima para se espalhar, automatizando o envio de mensagens fraudulentas por meio da versão web do aplicativo.
Funcionalidades do vírus
- Acessar informações pessoais do usuário;
- Capturar telas e digitação;
- Identificar acessos a sites de bancos, corretoras e plataformas de pagamento;
- Exibir páginas falsas de sites legítimos para coletar senhas;
- Interceptar formulários e roubar tokens de sessão armazenados nos navegadores;
- Usar o WhatsApp da vítima para se espalhar.
- Segundo a Kaspersky, em outubro já foram registradas mais de 62 mil tentativas de golpes envolvendo o Maverick.
Nova ameaça, velho conhecido
A análise da Kaspersky revela semelhanças entre o código do Maverick e o do Coyote, um trojan descoberto pela empresa em 2004. A convergência de códigos, especialmente o uso do mesmo mecanismo de criptografia (AES-256), sugere que o Maverick pode ser uma evolução ou um projeto paralelo dos desenvolvedores do Coyote, com componentes reformulados para criar uma ameaça ainda mais sofisticada e difícil de detectar.
Anderson Leite, analista sênior de Segurança da Kaspersky, destaca que o que mais chama a atenção no Maverick é sua sofisticação. “Ele compartilha partes importantes do código com o Coyote, o que sugere que os criminosos estão evoluindo e reescrevendo seus componentes para torná-los mais perigosos”, comenta Leite. A principal inovação do Maverick é sua capacidade de se espalhar automaticamente pelo WhatsApp, ampliando ainda mais o alcance do golpe.
Vírus no WhatsApp: como se proteger
Para se proteger contra o Maverick e outros vírus semelhantes, siga estas dicas de segurança:
- Desconfie de anexos suspeitos: Nunca abra arquivos inesperados, mesmo que venham de amigos ou familiares. A Meta, responsável pelo WhatsApp, recomenda confirmar a autenticidade do envio por outro canal, como uma ligação ou mensagem fora do app.
- Ative a autenticação em duas etapas no WhatsApp e no e-mail para adicionar uma camada extra de segurança.
- Use senhas únicas para cada conta, evitando reutilizar senhas em diferentes plataformas.
- Mantenha backups regulares dos seus arquivos em um disco externo, garantindo a recuperação de dados em caso de perda ou infecção.
- Utilize antivírus legítimos e atualizados para proteger seus dispositivos contra ameaças cibernéticas.