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Nubank (NUBR33): Momento certo para comprar as ações pode estar próximo

29 abr 2022, 14:49 - atualizado em 29 abr 2022, 14:49
mãos segurando cartão roxo do Nubank
Para o banco, os investidores poderiam estar dispostos a ignorar as condições de curto prazo desfavoráveis do Nubank. Imagem: Nubank/Divulgação

O Itaú BBA comentou nesta semana que ficou tentado a mudar a recomendação de venda para as ações do Nubank (NUBR33), por conta da valorização do real e da queda de mais de 40% dos papéis da companhia desde o IPO.

“Optamos por não alterar nossa visão cautelosa antes dos resultados do primeiro trimestre”, disse em relatório assinado por Pedro Leduc e equipe. O banco reduziu o preço-alvo para as ações NU, de US$ 7 para US$ 6,60, ante o atual preço de US$ 6,21.

A instituição diz que a incerteza sobre a qualidade do crédito está “apenas aumentando”, enquanto os custos de financiamento estão pressionando a receita líquida de juros (NIIs, na sigla em inglês).

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Nubank: O que pode virar o jogo?

O Itaú BBA destacou que o Brasil pode ser uma das primeiras grandes economias a reduzir as taxas de juros, mudando a preferência de investimentos para as ações de crescimento.

“Taxas mais baixas, com uma inflação menor e uma melhor criação de empregos, ajudariam a sobrepujar as condições cíclicas desfavoráveis que o Nubank está enfrentando”, afirma.

Para o banco, os investidores poderiam estar dispostos a ignorar as condições de curto prazo desfavoráveis para se posicionarem para uma mudança em 2023.

“O tempo dirá e os resultados de 2022 serão fundamentais para determinar a confiança nessa espera”, disse.

O que esperar do balanço

Para o Itaú BBA, o Nubank deve continuar adicionando clientes – com estimativa de 5 milhões na comparação trimestral, chegando a 59 milhões – e expandindo o crédito ao consumidor em impressionante ritmo de 15%, totalizando R$ 42 bilhões.

O banco diz que as receitas de serviços provavelmente devem crescer em 9%, com despesas operacionais contidas. Por outro lado, o rápido crescimento da carteira de empréstimos também leva a uma antecipação das provisões, destaca.

O Itaú BBA estima uma deterioração do índice de inadimplência (NPL), acelerando em 0,6 ponto percentual no primeiro trimestre, para 4,1%, puxada pelo ciclo de normalização e por determinantes sazonais.

“Ressaltamos que a piora do NPL já foi parcialmente precificada, mas está apenas começado a revelar seus impactos e dados marginais sugerem que isto poderia ser mais rápido e mais forte do que o esperado anteriormente”, afirma.

O Itaú diz acreditar que observar os resultados do primeiro trimestre será fundamental.

O banco elevou a previsão do NPL relativo ao final de 2022 de 5,3% para 5,5%. “Embora seu NPL deva ficar melhor do que outros bancos digitais, a instituição deve ver o índice aumentando por alguns trimestres”.

“Isto eleva o risco de o Nubank ter que, eventualmente, puxar os freios na originação, diminuindo o ritmo de monetização e atenuando as esperanças relativas a 2023”, diz.

A configuração, destaca, alimenta o desafio estrutural de conseguir obter lucro com tantos clientes no prazo mais longo.

O Itaú BBA ajustou a estimativa de perdas líquidas no exercício fiscal de 2022, totalizando R$ 1,137 bilhão, com o faturamento maior sendo pressionado por mais provisões.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.