O bitcoin não perdoa: Traders de criptomoedas entram em competição — e quase 90% terminam com prejuízo
Toda competição exige habilidade e resiliência — seja no xadrez, nas artes marciais ou no futebol. Em um campeonato de trading não é diferente. Só que, desta vez, manter a cabeça fria e o equilíbrio emocional foi ainda mais importante: na disputa de trading de criptomoedas promovida pela Synthetix, quase 90% dos participantes terminaram no negativo por causa do bitcoin (BTC).
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O torneio teve início em 20 de outubro, e desde lá o mercado cripto está vivendo um verdadeiro banho de sangue. De lá para cá, o bitcoin já caiu mais de 24%. Como de costume, boa parte das outras criptomoedas acompanharam.
Hoje (21), a moeda é negociada a US$ 83.642, o menor valor desde 12 de abril.
A competição em que (quase) todo mundo perdeu
Organizada pela Synthetix, uma corretora descentralizada, a competição reuniu 100 investidores. Entre os 98 participantes efetivamente ativos, 86 fecharam no prejuízo, dois terminaram empatados e apenas 11 conseguiram sair com mais dinheiro do que entraram. Ou seja, 87% dos traders ativos encerraram o torneio no vermelho.
Metade dos competidores era formada por traders influentes nas redes sociais; a outra metade veio da comunidade da plataforma.
No início do torneio, cada participante recebeu US$ 100 mil fictícios para operar. Já o prêmio destinado ao vencedor era bem real: US$ 1 milhão em dinheiro vivo.
O grande vencedor foi Gmoney, que registrou US$ 1,117 milhão de lucro. Na outra ponta, o pior desempenho ficou com Lynk, que terminou com US$ 100 mil no negativo.

Season 1 of the Synthetix Mainnet Trading Competition has now ended ⚔️
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECongratulations to our Champion @gmoneyNFT for winning the $1,000,000 top prize & to the 2nd-3rd prize winners who will take home 25,000 SNX & 5 @Infinex Patrons each:
— Synthetix ⚔️ (@synthetix) November 21, 2025
Apesar das perdas expressivas, os resultados negativos não afetaram o bolso dos competidores — todo o capital utilizado era simulado.
O cenário do Bitcoin
Se para os competidores já era preciso manter o psicológico em dia ao lidar com perdas fictícias, para quem opera com capital real o desafio é ainda maior. A combinação entre o shutdown nos Estados Unidos e a divisão interna do Federal Reserve (Fed) aumentou a pressão sobre os ativos de risco — inclusive o Bitcoin.
A ata mais recente do Fomc, o “Copom dos EUA”, revelou divergências entre os dirigentes sobre o futuro da política monetária, elevando a incerteza sobre o rumo dos juros. Somado às dúvidas sobre os impactos do shutdown na economia americana, cresce o temor de que o corte de juros previsto para dezembro não ocorra mais.
A probabilidade de redução das taxas, que ultrapassava 90% no mês passado segundo dados do CME Group, despencou para 43%.
Esse ambiente de juros altos por mais tempo acaba pesando sobre criptomoedas e outros ativos de risco — e ofusca até mesmo fatores positivos, como a retirada das tarifas de 40% aplicadas pelos EUA sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump. A medida pode beneficiar o mercado local, mas não altera o quadro macroeconômico mais amplo.