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O boom das construtoras vai continuar no segundo semestre? Parece que sim; veja 2 motivos

13 jul 2023, 8:30 - atualizado em 12 jul 2023, 21:03
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Ações de construtoras tiveram forte valorização no primeiro semestre com programas habitacionais e corte de juros no horizonte (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O setor de construção civil teve o seu melhor primeiro semestre desde 2019, com boa parte das construtoras listadas na Bolsa brasileira exibindo forte valorização. Os grandes destaques dos seis primeiros meses de 2023 foram Tenda (TEND3) e Plano&Plano (PLPL3).

As construtoras de baixa renda foram diretamente beneficiadas por programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, e o Pode Entrar, da prefeitura da cidade de São Paulo.

Com isso, elas dispararam 172,5% e 145,8%, respectivamente, no primeiro semestre. O levantamento foi realizado por Einar Rivero, head comercial do hub independente do mercado financeiro TradeMap.

Algumas construtoras já vêm exibindo valorização desde o segundo semestre do ano passado, como Cury (CURY3), Direcional (DIRR3) e a própria Plano&Plano.

“Tivemos um semestre bom para as construtoras. As de baixa renda devem continuar com essa dinâmica positiva. A MRV [MRVE3], por exemplo, já mostrou em sua prévia operacional que as vendas estão boas. A tendência é de que o cenário siga favorável”, comenta o head de real estate da XP, Ygor Altero.

2 impulsos para a arrancada das construtoras

A arrancada das construtoras na B3 não foi em vão. Alguns motivos corroboraram para o bom desempenho, sendo um deles o retorno do Minha Casa, Minha Vida, no qual o setor imobiliário já pleiteava e esperava por mudanças.

As novas iniciativas do MCMV [que entraram em vigor neste mês] tendem a melhorar ainda mais a dinâmica positiva das construtoras, principalmente, as de baixa renda”, observa Altero.

No entanto, ele acrescenta que todas as empresas do setor são beneficiadas. “Há espaço [de valorização] para as ações das companhias que estão mais posicionadas nas faixas mais altas do programa, como a Cury”, diz.

Além disso, o mercado aguarda ansiosamente pelo início do ciclo de corte a taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano. A expectativa é de que o Banco Central (BC) promova o primeiro corte no próximo mês, de 0,50 ponto percentual (p.p.), para 13,25%.

“A [expectativa] de queda de juros está ajudando as construtoras e tem uma correlação grande com as ações do setor. Um estudo nosso apontou que os juros têm correlação de 70% com a baixa renda e média/alta renda tem 90% de correlação”, explica o profissional da XP.

O que vem por aí?

Além da expectativa de queda da taxa Selic, Altero pontua que a discussão de novas pautas do Minha Casa, Minha Vida continuará nos próximos meses.

“O que está sendo discutido agora é o faixa 4, com teto de R$ 500 mil, usando o FGTS. Essa faixa poderá entrar em vigor ainda neste semestre. Sendo assim, é mais um gatilho positivo para as construtoras que atuam nas faixas mais altas do programa do governo federal”, comenta.

Confira as construtoras que mais se valorizaram no 1º semestre

Construtora Ticker B3 Valorização
Tenda TEND3 172,5%
Plano&Plano PLPL3 145,8%
Mitre MTRE3 104,5%
Helbor HBOR3 85,1%
Trisul TRIS3 68,5%
Cyrela CYRE3 59,3%
Moura Dubeux MDNE3 58,1%
Lavvi LAVV3 54,1%
MRV MRVE3 52,2%
Even EVEN3 48,7%
Eztec EZTC3 37,9%
Cury CURY3 29,5%
Direcional DIRR3 25,6%

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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