O Brasil voltou a ser racional como a Coreia do Norte (e isso é bom)
O governo Temer, principalmente a equipe econômica de Meirelles e Ilan, devolveu a racionalidade ao Brasil. A afirmação parece absurda quando olhamos o jogo político. A ideia, entretanto, não é questionar a inteligência dos antigos formuladores das políticas econômicas – apesar da tentação em fazê-lo -, mas observar a mudança gigantesca dos objetivos da nova administração.
Para os cientistas políticos, como mostra um interessante artigo do New York Times acerca da racionalidade na beligerância da Coreia do Norte – que busca assustar os inimigos com sua aparente loucura -, um país age irracionalmente quando os fatores domésticos como o zelo ideológico ou as lutas internas por poder distorcem os incentivos, fazendo os Estados se comportarem de maneiras contraproducentes. Não é uma mera coincidência em relação às decisões do trio Dilma-Mantega-Tombini.
O exemplo mais simbólico foi a exigência de conteúdo nacional na cadeia de exploração do pré-sal. Ao contrário de buscar o petróleo de uma vez para gerar riqueza usando sondas e navios-plataforma importados da Noruega ou Cingapura, decidimos criar o estaleiro Sete Brasil e recriar a indústria naval brasileira. Bem…o final dessa história já conhecemos.
Outra irracionalidade foi a do sistema de concessões. Nele, as empresas vencedoras precisariam oferecer a menor tarifa. Poucos se apresentaram e, os que venceram (como as concessionárias de rodovias federais), prestam serviços aquém do esperado. Com isso, a decisão do governo de refazer as regras de 34 leilões de projetos de infraestrutura, onde o vencedor é o que mais investe, devolve a racionalidade à economia brasileira. E, sendo racional, um país age para o seu próprio benefício e gera empregos.
Agora é torcer para que a política não estrague tudo mais uma vez.