‘O maior prejudicado será o agricultor brasileiro’, diz executivo da Mosaic sobre tarifas; empresa acredita em negociação

A Mosaic, uma das líderes do mercado global de fertilizantes, acredita que o impasse tarifário entre os Estados Unidos e outros países como Brasil e Rússia, pode ser solucionado com negociações consensuais.
De acordo com Eduardo Monteiro, country manager da empresa, a companhia “não emite nenhuma opinião específica, mas espera que prevaleça o bom senso entre ambas as partes”. Na ausência de soluções, o maior prejudicado será o agricultor brasileiro.
- SAIBA MAIS: Guia gratuito do BTG sobre a temporada de balanços – saiba os destaques das maiores empresas da bolsa no 2º tri de 2025
Na última quarta-feira (16), a Mosaic inaugurou uma nova fábrica no Tocantins. O Money Times esteve presente na unidade de mistura à convite da empresa e questionou como o cenário global pode afetar o produtor rural.
Monteiro destacou que as questões geopolíticas interferem diretamente na vida do agricultor brasileiro, já que o país importa mais de 80% do fertilizante que consome. Além do impasse tarifário, o executivo citou as guerras entre Rússia e Ucrânia, e Israel e Irã.
“Dentro desse contexto, sempre falamos para o agricultor administrar o seu negócio olhando a perspectiva de gestão de risco, olhando sua matriz de fornecimento, trabalhando com fornecedores confiáveis, antecipando-se a movimentos”, disse.
Segundo Monteiro, o produtor não deve deixar a compra de fertilizantes para a última hora, pensando na proximidade da safra de verão. Já para a safra de inverno, o tempo maior abre espaço para que o produtor elabore seu planejamento com mais calma.
“Observamos no Brasil uma janela de plantio ideal, com o regime de chuvas vindo no momento adequado, diferente do ano passado, quando houve atraso. Então, é fundamental que aquele que ainda não comprou tome sua posição para a safra de verão”, afirmou Monteiro.
Mosaic investe R$ 400 milhões no Matopiba
A Mosaic investiu R$ 400 milhões na construção da nova fábrica, com o objetivo de fortalecer a presença na região do Matopiba — que abrange Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia. Com a instalação, a empresa amplia o atendimento até o Vale do Araguaia e norte de Goiás.
O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), participou da cerimônia de abertura e afirmou que a planta fortalece a economia e a produção agrícola do estado, impulsionando a geração de empregos e o desenvolvimento de infraestrutura.
Segundo o country manager da Mosaic no Brasil, a região do Matopiba já é responsável por cerca de 20% do consumo de fertilizantes no país. Enquanto a média de crescimento nacional é de 2%, a região cresce cerca de 4% ao ano no consumo do produto.
“Vamos mudar a paisagem desse estado do ponto de vista positivo. Nós vamos trazer desenvolvimento, o agronegócio vai trazer desenvolvimento. Isso significa aportar novas tecnologias e apostamos muito nas tecnologias dos bioinsumos e agricultura regenerativa”, disse Monteiro.
Localizada no Terminal Integrador de Palmeirante (TIPA), a fábrica conta com infraestrutura integrada a linhas ferroviárias da empresa de logística VLI, fazendo uma conexão direta ao porto de Itaqui, no Maranhão.
Em relação à infraestrutura, Fábio Marchiori, CEO da VLI, afirmou que a ideia é investir no crescimento de um complexo industrial que deve impulsionar o agronegócio. Além disso, destacou os benefícios das ferrovias para o agricultor.
“Dentro do que chamamos de eficiência de transporte, um vagão de trem substitui três caminhões. Você reduz a emissão de carbono, que na ferrovia representa cerca de 16% da emissão de caminhões. Esses elementos trazem eficiência e se refletem em custo para o produtor”, afirmou Marchiori.
- VEJA TAMBÉM: Quais são as principais recomendações do BTG Pactual? O Money Times fez uma curadoria gratuita dos relatórios do banco; veja aqui