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O minério de ferro virou ouro?

15 fev 2017, 12:38 - atualizado em 05 nov 2017, 14:07

Vale

O minério de ferro, desde que deixou de ser precificado a cada três meses, se tornou um novo produto financeiro desejado por traders em todo o mundo. Em abril de 2007, a bolsa de Cingapura (SGX) foi a primeira a oferecer um contrato de minério de ferro que possibilitasse a proteção contra as oscilações dos preços do mercado à vista.

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Depois, em junho de 2009, foi a vez da London Clearing House disponibilizar os serviços de compensação dos contratos no mercado de balcão (fora de bolsa). Hoje, são inúmeras as bolsas a oferecer tal tipo de serviço. A mais proeminente tem sido a Bolsa de Futuros Dalian, na China. A facilidade em negociar tem levado o mercado para fortes oscilações.

Euforia

Na segunda-feira, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao, com 62% de pureza, subiu 6,5% para US$ 92,23 a tonelada. O negociado na Dalian, por sua vez, avançou 6,74% e foi vendido a 712,5 iuanes. Para o analista da consultoria independente WhatsCall Research Flávio Conde, o movimento pode ser o resultado de especulação.

“Vemos que não é sustentável porque tanto os dados de demanda e oferta de aço e minério de ferro não estão apontando para uma explosão de demanda ou forte redução da oferta. Não faz sentido um preço acima de US$ 75 e chegou a bater US$ 93. Tem uma atuação forte de especuladores chineses na Bolsa Dalian”, explica.

A forte alta do minério de ferro é ainda maior para o de maior qualidade, com grau de pureza de 62% de ferro. Segundo a Metal Bulletin, o MBIOI-62 tem alta de 108% desde o início de 2016, enquanto o com pureza de 58% avançou apenas 68%. “Os spreads aumentaram consideravelmente”, aponta a consultoria.

minério

Vale

A consultoria Bernstein tem uma visão mais otimista que a do consenso e reiterou a recomendação de compra para as ações da Vale. “Para ser claro, temos uma visão mais alta para o preço do minério de ferro do que a estimativa de consenso e, além disso, na comparação com o preço do minério de ferro, a ação está descontando, na melhor hipótese, um valor de U$ 59”, aponta o analista Paul Gait. Ainda assim, a projeção de US$ 66 a tonelada está bem abaixo dos US$ 90 vistos atualmente.

“As estimativas de consenso sobre o setor de metais e mineração estão no geral bem abaixo do que está implícito nos preços atuais, ou seja, o mercado está cético de que os preços atuais dos metais possam ser sustentados”, avalia o analista do Citi Alexander Hacking em um relatório enviado a clientes hoje.

Para ele, as ações de metais e mineração no geral ainda estão descontando os preços de metais a longo prazo abaixo dos níveis atuais. A recomendação também é de compra das ações da Vale (VALE5), com um preço-alvo de R$ 49,42, o que sugere um potencial de valorização de aproximadamente 53%. Ou seja, mesmo que o mercado esteja cético, o caixa da Vale continua a engordar e ninguém ousa reclamar.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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