Comprar ou vender?

O pior já passou ou ainda não? O que esperar para o Ibovespa em agosto

02 ago 2020, 22:28 - atualizado em 02 ago 2020, 22:53
Mercados
Os analistas se questionam sobre o quanto o mercado está certo, ou não, ao negociar em níveis similares ao pré-crise (Imagem: Pixabay)

A sequência de quatro meses de valorização do Ibovespa (IBOV), após o tombo de 29,9% visto em março, os analistas dos bancos, corretoras e casas  de análise se perguntam se o pior já passou ou ainda está por vir.

Além disso, também se questionam sobre o quanto o mercado está certo, ou não, ao negociar em níveis similares ao pré-crise.

“No curto prazo, e com base em nosso indicador técnico para o Ibovespa, que leva em conta o comportamento histórico do índice, dividido por sua média móvel dos últimos seis meses, o Ibovespa parece estar tecnicamente sobrevalorizado nos atuais patamares de preço”, avalia o analista do Santander, Renato Chanes.

Segundo ele, o patamar ao redor de 94 mil pontos seria uma “zona neutra” de preço, enquanto os territórios de sobrecompra e sobrevendas, que representam um desvio padrão acima e abaixo dessa média, estariam na região dos 104 mil e 85 mil, respectivamente. O índice inicia o mês perto dos 103 mil pontos.

Outro argumento “pessimista” para o mês parte de uma análise do Bank of America para a sazonalidade do índice S&P 500.

“O ano de 2020 registrou um sólido rali de junho até o final de julho de mais de 5% no S&P 500, mas agosto marca o mês de transição do rali do verão para a queda de outono”, apontam os analistas Stephen Suttmeier e Jordan Young.

Segundo os dados coletados por eles, agosto é o último mês do segundo melhor período de três meses do ano, de junho a agosto, e é o primeiro mês do pior período de três meses do ano, de agosto a outubro.

Copo meio cheio

O analista Victor Penna, do BB Investimentos, admite que há motivos para acreditar que poderia haver um movimento de realização na bolsa, considerando a lenta retomada da atividade doméstica e os fracos resultados das companhias no segundo trimestre de 2020, bem como por todos os desafios nos campos político e fiscal do país.

“No entanto, o excesso de liquidez, o nível atual de juros e as perspectivas de liberação de vacinas, com a consequente reabertura das economias, têm estimulado os mercados e impulsionado as bolsas. Em nossa visão, talvez o descolamento da trajetória da bolsa versus a economia real possa também ser justificado por resultados melhor do que o esperado”, avalia.

O analista Alexandre de Macedo Marques Filho, da Elite Investimentos, entende que julho, com seus altos e baixos, pode ter dois tipos de interpretação.

“Se olharmos para julho usando o nosso lado otimista, daquele modo de quando se olha para um copo, enxerga-o meio cheio, há razões para se acreditar que o pior já pode ter passado e, que se não for o caso, governos continuarão a trabalhar para mitigar as consequências econômicas da pandemia e que em um pouco tempo teremos uma volta a uma certa normalidade. Mas também há motivos para um olhar de perspectiva pessimista – aquele do copo meio vazio. Alguns dados e acontecimentos deste último mês não trouxeram boas perspectivas para os próximos meses e adicionam bastante incerteza sobre o futuro”, avalia.

Otimista, a XP Investimentos elevou a projeção para o Ibovespa em 2020 de 112 mil pontos para 115 mil pontos.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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