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O principal risco de curto prazo da Petrobras (PETR4), segundo o BTG Pactual — e não é o governo Lula

26 abr 2025, 16:00 - atualizado em 24 abr 2025, 10:30
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Apesar do risco do petróleo, o BTG vê a Petrobras como uma companhia vencedora de longo prazo no setor (Imagem: iStock.com/Fabiolm)

Para o BTG Pactual, o principal risco de curto prazo da Petrobras (PETR4) não são eventuais impactos de uma busca do governo por novas receitas, mas sim os preços do petróleo, que estão sofrendo o impacto dos desdobramentos do tarifaço aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O banco pontua que, nas últimas semanas, circulou na mídia intenção do governo de arrecadar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões por meio de novos leilões de volumes excedentes de petróleo em campos já em produção.

“O orçamento fiscal do Brasil está baseado em uma premissa de preço do petróleo de US$ 80 por barril e, com a média acumulada do ano em US$ 73 por barril, a arrecadação de tributos do setor pode ficar aquém do esperado. Assim, o leilão proposto poderia servir como ferramenta para reduzir a pressão fiscal”, pondera a equipe de analistas liderada por Pedro Soares.

A visão de um impacto limitado se sustenta, em primeiro lugar, pelo ausência de documento oficial de licitação, o que dificulta avaliar se a estimativa de arrecadação de US$ 3 bilhões a 5 bilhões é realista. À primeira vista, no entanto, o valor parece otimista.

Com base em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a produção nos últimos 12 meses das áreas excedentes de Tupi, Mero e Atapu — os três campos supostamente em avaliação — representou apenas 0,5%, 3,6% e 1,2% da produção total de cada campo, respectivamente.

“Em resumo, até que tenhamos mais detalhes quantitativos — ou mesmo uma confirmação — sobre a proposta do governo, não acreditamos que esse risco de manchete ameace a capacidade de geração de fluxo de caixa da Petrobras ou, em última instância, seus dividendos, que continuam sendo o principal foco dos investidores”, dizem os analistas.

Por outro lado, a incerteza geopolítica e os riscos de uma desaceleração econômica global seguem pressionando o petróleo e, consequentemente, a perspectiva de dividendos da Petrobras no curto prazo.

Hora de comprar Petrobras?

A Petrobras continua sendo a principal escolha do BTG Pactual no setor de petróleo e gás, suportada por um balanço enxuto e uma geração robusta de fluxo de caixa, mesmo em um cenário de preços menores do petróleo.

O preço-alvo do banco para PETR4 é de R$ 58, com recomendação de compra.

Apesar de reconhecem a queda dos preços da commodity como um fator de risco, tendo em vista a eficiência da Petrobras e considerando que os níveis atuais do Brent não estão muito distantes dos custos marginais de produção globais, os analistas permanecem com a visão de que a petrolífera é uma vencedora de longo prazo no setor.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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