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O que a XP Investimentos ganha ao entrar no crédito imobiliário? Pouca coisa (mas só por ora)

09 dez 2021, 19:29 - atualizado em 09 dez 2021, 19:29
Sede da XP Investimentos
Questão de perspectiva: compra de 49,9% da Direto permitirá à XP distribuir produtos de crédito imobiliário por meio de sua vasta rede de agentes (Imagem: XP Investimentos/Divulgação/Facebook)

O IPO do NuBank (NU) na Bolsa de Nova York e o duro comunicado do Copom, que decidiu elevar a Selic para 9,25% ontem (8), mobilizaram a atenção dos investidores, que deram pouca bola para uma parceria estratégica anunciada hoje: a venda de 49,9% da Direto, braço de crédito imobiliário da Direcional (DIRR3), à XP Investimentos.

O objetivo do acordo é criar uma startup ou fintech focada em crédito imobiliário, usando a Direto como veículo de investimentos. Mas, afinal, o que a XP Investimentos ganhará ao entrar num mercado – o de construção civil – conhecido por ser, historicamente, um dos primeiros a retrair, quando a economia vai mal, e um dos últimos a sair do buraco, quando o Brasil volta a crescer?

A resposta mais honesta é: por enquanto, pouca coisa. Mas apenas por enquanto, segundo Bruno Mendonça, do Bradesco BBI, e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos, que publicaram um relatório conjunto sobre o assunto. A dupla considera que a aquisição, para a o porte da XP, é “pequena, mas qualitativamente positiva.”

“Embora a contribuição para as receitas gerais deva ser pequena, pelo menos no curto prazo, acreditamos que a transação deve ser cumulativa do ponto de vista qualitativo”, afirmam os analistas.

Capturando sinergias

Segundo a dupla, pela divisão de tarefas prevista na sociedade com a Direcional, a XP Investimentos ficará encarregada de “estruturar e distribuir soluções de financiamento utilizando sua vasta capilaridade com investidores para o mercado imobiliário.” A gestora também vai ajudar na geração de leads (cadastro com potenciais clientes), na definição de estratégias e no desenvolvimento de ferramentas de tecnologia.

A Ágora e o Bradesco BBI enxergam uma avenida de potenciais negócios para a XP Investimentos, a partir da Direto. Segundo as duas casas, a empresa deve utilizar “seus vastos canais de distribuição para fazer vendas cruzadas de seus produtos.”

Olhando pela ponta do financiamento, outra possibilidade é “capturar fontes de receita adicionais estruturando e distribuindo Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e outros produtos no mercado de securitização.”

Os analistas acrescentam que duas vantagens adicionais dessa estratégia é eliminar a “necessidade de alavancar seu próprio balanço patrimonial” e transferir os riscos aos investidores.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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