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O que é metaverso e como investir nele?

19 nov 2021, 18:23 - atualizado em 24 nov 2021, 9:09

O conceito de um metaverso virtual é algo bastante recente, e criou euforia quando Mark Zuckeberg, CEO do Meta (antigo Facebook), anunciou que iria construir seu próprio metaverso em volta do Facebook. Mas poucos sabem o que significa esse termo, e como ele funciona.

De acordo com o Decrypt, o termo “metaverso” foi originalmente cunhado por Neal Stephenson, em seu livro “Snow Crash”, publicado em 1992.

O conceito está ligado a um universo virtual, no qual usuários podem interagir entre si como avatares digitais. O espaço criado por um metaverso pode ser usado para diferentes objetivos, como interações sociais, jogos e até mesmo trabalho.

Como funciona o metaverso? Ele não é tão diferente do que já conhecemos

O criptoativo que funciona como moeda de troca em um metaverso tem valor real agregado a ele, devido à confiança de que toda e qualquer transação será autenticada através de validadores da blockchain em que ele se encontra.

No universo físico, a confiança vem através do Estado, isto é, quem recebe uma moeda fiduciária, como o real, confia que outra pessoa também irá aceitá-la futuramente. Tudo isso porque o Estado garante que aquela moeda existe.

Em um metaverso, e no universo cripto, quem garante que a moeda existe é um conjunto de códigos pré programados e descentralizados, que ficam publicamente expostos em uma rede mundial, ou seja, o blockchain.

Atualmente, cada metaverso, assim como cada Estado, é localizado em um determinado território – nesse caso em uma determinada blockchain, e cada uma deles aceita uma criptomoeda diferente.

Metaverso na prática – nasce uma economia virtual

Uma das utilidades dessas criptomoedas, entre muitas, é comprar e vender terrenos, roupas e até mesmo itens de trabalho. É nessa parte que entram os tokens não fungíveis, os NFTs na sigla em inglês.

Eles são propriedades de características não fungíveis, como um quadro que alguém possui em casa; entretanto, a posse de cada um deles é registrada no blockchain.

Portanto, aquele que possui o NFT tem o direito de posse garantido por meio do blockchain, ou seja, mesmo que alguém copie, tire um print, ou imprima, não teria um comprovante de posse daquele ativo.

Seria como imprimir um quadro do Pablo Picasso: pode até ficar idêntico, com as mesmas medidas, e a mesma moldura. Entretanto seria apenas uma cópia sem valor algum.

No caso de um metaverso em um jogo, um determinado terreno pode conter características únicas que possibilitam um maior rendimento. O proprietário daquele terreno é capaz de alugar o terreno para outro jogador, e ganhar a criptomoeda daquele jogo em troca.

Em um jogo de corrida, em que o prêmio do campeonato principal é de R$ 1 mil na criptomoeda local, um bom carro teria melhores chances de vencer. Qualquer jogador pode comprar, alugar ou vender carros de corrida nesse suposto metaverso, a fim de ter um maior rendimento.

De acordo com Marco Jardim, diretor de tecnologia blockchain da Investtools, assim como no mundo físico, no metaverso a comprovação de posse se dará através da apresentação de uma certidão demonstrando que o dono de um objeto é você.

Além disso, essa certidão precisa ter fé pública e ser sempre verificável, como uma escritura de um terreno. Como o metaverso é virtual, o dispositivo que permite esta conferência é o NFT, e o atestador de fé pública, a blockchain.

“Com  um NFT, a pessoa pode negociar, leiloar, vender, ceder e até alugar o objeto do qual ela é proprietária. Um NFT que já exista em um blockchain hoje pode ser negociado no metaverso, bastando apenas que o blockchain em que este NFT está registrado esteja também integrado ao metaverso, com até eventuais representações virtuais do NFT, como por exemplo, uma arte digital em uma galeria virtual dentro do metaverso.”

Como investir no Metaverso?

O intuito de capturar o valor gerado por esse setor inovador no mercado de criptoativos é válido, mas deve ser visto com cautela. Afinal, toda criptomoeda ainda é muito volátil, e existem muitas “puxadas de tapete”, ou rugg pull em inglês.

Para que isso não aconteça, é importante estudar sobre o mercado, a fim de evitar ser manipulado pelos grandes investidores (baleias) apenas por medo de perder uma oportunidade, ou FOMO na sigla em inglês.

As moedas que oferecem um valor para a infraestrutura da web 3.0 estão entre as principais apostas dos analistas. É possível também investir diretamente em um metaverso específico comprando sua moeda de governança.

É essencial estudar o projeto em que está investindo, e o que ele agrega para o metaverso. Atualmente os principais metaversos existentes no setor estão na rede do Ethereum:

Metaverso Plataforma Token de governança
The Sandbox Ethereum SAND
Decentraland Ethereum MANA
Star Atlas Solana POLIS DAO
Axie Infinity Ethereum AXS
Meta Meta (antigo Facebook) Não definido

 

Na opinião de Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset, atualmente dois projetos no metaverso se destacam fortemente dos demais:

“São eles o The Sandbox (SAND) e o Decentraland (MANA). Ambos são videogames com o aspecto de propriedade habilitado pela blockchain.”

Ele destaca que, no caso de The Sandbox, o período de testes do jogo ocorrerá em breve, entre o dia 29 de novembro e 20 de dezembro, com apenas 5000 mil vagas — então, você pode se considerar sortudo, se tiver acesso. Já o Decentraland está operacional desde fevereiro de 2020.

Página inicial do jogo Decentraland. (Imagem: Decentraland/Reprodução)

Os jogadores que desejam ingressar no metaverso do Decentraland, necessitam apenas de uma carteira virtual compatível com a rede do Ethereum, do token de governança do jogo (MANA) e um capital inicial para começar a investir em NFTs do jogo. A interação econômica é feita através da interação e conectividade do jogo com sua carteira virtual.

No caso do The Sandbox, a maneira mais viável de capturar o valor do projeto é comprando a criptomoeda de governança, a SAND.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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