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O que esperar de Vale (VALE3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3) e CBA (CBAV3) no 3T22?

17 out 2022, 16:45 - atualizado em 17 out 2022, 16:45
Vale
Vale é a ação favorita da Ágora durante temporada de balanços (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A temporada de resultados referente ao terceiro trimestre de 2022 começa nesta terça-feira (18). Nos setores de mineração e siderurgia, os balanços das companhia devem vir “fracos”, segundo análise da Ágora Investimentos.

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Entre as mineradoras, a Vale (VALE3) é a ação favorita da corretora para a temporada. Apesar disso, os analistas esperam uma queda trimestral de 22% no Ebitda da companhia.

Os analistas explicam que o resultado da Vale será impactado por menores preços de minério de ferro, cobre e níquel — compensados, em partes, por volumes maiores e custos menores.

A Vale divulga seu balanço em 27 de outubro, após o fechamento do mercado. Já as outras empresas do setor listadas na Bolsa — CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3) e CBA (CBAV3) — soltam seus resultados em 31 de outubro e 8 de novembro, respectivamente.

Vale: Preços devem pesar sobre os resultados

Para a Vale, os analistas da Ágora acreditam que os preços mais fracos devem pesar sobre os resultados. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) esperado para a companhia é de US$ 4,3 bilhões — queda trimestral de 22%.

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Já os volumes de minério de ferro devem começar a melhorar sazonalmente, com recuperação acentuada apenas no último trimestre do ano. Estima-se 75 milhões de toneladas no período — avanço de 3% no trimestre, mas 1% menor em base anual, disse a Ágora.

Os preços do minério caíram, em média, 25% durante o trimestre e ficaram em uma média de US$ 103/tonelada, enquanto os prêmios médios diminuíram.

Com isso, os analistas esperam que o preço realizado pela Vale fique ao redor de US$ 95/tonelada — 16% menor no trimestre, também impactado por mecanismos de precificação provisórios.

Além disso, a Ágora projeta os custos C1 (mina até o porto) da Vale em US$ 21,5/tonelada, contra US$ 24,2 no 2T22, impactados positivamente pela maior diluição de custos fixos e câmbio. Os custos totais devem cair para US$ 48/tonelada, contra US$ 52 no trimestre anterior.

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O Ebitda da divisão de metais básicos deve atingir US$ 324 milhões — contração de 46% no trimestre —, apesar de alguma recuperação nos volumes, impactado por preços mais baixos de níquel e cobre, enquanto os custos devem permanecer elevados, disse a Ágora.

CSN e CSN Mineração: Mais um trimestre difícil

Em relação a CSN e CSN Mineração, apesar de mais um trimestre difícil, os “volumes maiores de minério de ferro trazem algum alívio”, avaliam os analistas da Ágora.

Segundo eles, o Ebitda consolidado da CSN deve ficar em R$ 2,7 bilhões — recuo trimestral de 17% e de 37% em um ano.

Os resultados da divisão de aço devem cair no trimestre, em função dos menores preços praticados, parcialmente compensados por maiores volumes. A margem Ebitda da divisão siderúrgica é de 17% — contra 25% no segundo trimestre.

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Do lado do minério de ferro, o Ebitda deve atingir quase R$ 984 milhões no período — avanço de 8% no trimestre e no ano —, beneficiado por uma forte recuperação nos volumes de minério de ferro e diluição de custos fixos, parcialmente compensados por preços mais baixos.

Em cimento, espera-se que a divisão atinja R$ 221 milhões de Ebitda — aumento de 36% no trimestre —, já parcialmente impactado pela integração dos ativos brasileiros da Holcim, segundo a Ágora.

CBA: Tempestade perfeita

Para CBA, os analistas da Ágora estimam o Ebitda em R$ 312 milhões entre julho e setembro — queda trimestral de 51%, embora estável em base anual.

Os volumes devem aumentar quase 8%, após um segundo trimestre “fraco”, reforçados por uma recuperação no lado primário, enquanto os volumes de reciclagem devem permanecer estáveis.

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Já os preços praticados devem cair em torno de 8% no trimestre, devido a uma cotação internacional mais baixo, parcialmente compensados por um real mais fraco.

O custo deve aumentar substancialmente no trimestre nos principais itens, incluindo preços de energiadevido à sazonalidade e reinício da Sala Fornos 3, levando a mais compras à vista, ainda conforme a Ágora.

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.