Mercados

O que esperar do Ibovespa após o primeiro turno das eleições? Veja possíveis cenários

30 set 2022, 18:01 - atualizado em 30 set 2022, 18:01
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Próximo pregão do Ibovespa será após as eleições do primeiro turno; veja a seguir o que pode acontecer (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) engatou fôlego nesta sexta-feira (30) e fechou em forte alta de mais de 2%, de volta aos 110 mil pontos.

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O bom desempenho do pregão alivia o peso das últimas sessões, que levaram o Ibovespa para a casa dos 107 mil pontos.

Apesar da forte valorização desta sexta, o índice encerra a semana com queda acumulada de 1,5%, pressionado por um cenário exterior conturbado e pela proximidade do primeiro turno das eleições brasileiras.

O Brasil vai às urnas no domingo (2) para eleger o próximo presidente da República. Pesquisas de intenção de voto de diversas instituições colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança, seguido pelo rival Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.

Os últimos levantamentos apontaram chances de Lula encerrar a disputa eleitoral para a presidência já no primeiro turno, embora agentes do mercado considerem essa possibilidade como remota, prevendo uma disputa acirrada no segundo turno.

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Possíveis cenários para o Ibovespa

De qualquer maneira, o próximo pregão do Ibovespa será após as eleições do primeiro turno.

Analistas do mercado traçaram possíveis cenários para o índice de referência da Bolsa brasileira. No primeiro cenário traçado, em que Lula sai eleito no primeiro turno, Leonardo Santana, analista da Top Gain, vê um “bom gap de baixa” – segundo ele, não pelo candidato, mas pelas incertezas.

“A maior incerteza de todas é o risco fiscal. Lula disse que, em seu governo, não haverá teto de gastos”, lembra.

Santana também resgata que o petista sinalizou sua intenção de mudar a política de preços da Petrobras (PETR3;PETR4), o que deve afetar diretamente o Ibovespa, dado o peso relevante que a estatal tem no índice.

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“Pelas incertezas, com Lula ganhando no primeiro turno, [o mercado] veria uma queda da Bolsa”, reforça o analista.

André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, lembra que, dentre os ativos que compõem o Ibovespa, há peso considerável em ações de estatais (bancos e commodities).

“Uma eventual vitória do Lula pode trazer maior imprevisibilidade para essas empresas, o que pode refletir negativamente no preço de suas ações”, comenta.

Meirelles diz, no entanto, que alguns setores podem sair beneficiados em caso de vitória do ex-presidente – educação e construção civil, por exemplo.

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Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, vai na contramão da Top Gain e acredita que uma definição das eleições logo no primeiro turno ajudará a reduzir as incertezas.

“O mercado trabalha com a ideia de que Lula vai ser pragmático. Provavelmente, não irá contra o mercado no primeiro ano, dada a nossa situação fiscal”, explica o especialista.

Na mesma linha de Santana e Meirelles, Komura acredita que os setores de varejo, habitação popular e educação sairiam ganhando, enquanto as estatais não andariam.

Segundo turno: bom ou ruim para o Ibovespa?

Materiais de campanha com as fotos do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília
Segundo turno atrapalharia o Ibovespa? Há diferenças de opiniões no mercado (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

No segundo cenário, em que o próximo presidente da República não é eleito no primeiro turno, Santana e Komura mostram diferentes opiniões sobre o desempenho do Ibovespa.

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Para Santana, a realização de um segundo turno não afetaria muito o índice, visto que boa parte do mercado não trabalha com a possibilidade de Lula ser eleito neste domingo.

“Não afetaria tanto, a não ser que fosse uma diferença significativa”, avalia o analista.

Dentro desse cenário, Santana acredita que o panorama macro global prevalecerá, com impactos maiores do que as eleições sobre o Ibovespa.

O especialista da Ouro Preto Investimentos acredita que o Ibovespa tem mais possibilidade de alta em caso de definição das eleições, mas não trabalha com a reeleição de Lula no primeiro turno.

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Na avaliação de Komura, Bolsonaro deve fechar um pouco o gap em outubro, com uma tendência de moderação nos discursos, levando a uma disputa mais acirrada no segundo turno.

“A gente vive o mercado externo”

Independentemente dos resultados eleitorais, o cenário macro externo deve pesar para o Ibovespa.

Rodrigo Cohen, analista e co-fundador da Escola de Investimentos, diz que o mercado está muito mais preocupado com o mercado externo do que o cenário interno.

“Não existe impacto maior que o exterior. A gente vive o exterior”, afirma.

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Para Cohen, a grande pergunta do momento é: considerando o panorama macro, a Bolsa brasileira cairá?

O analista explica que existe o risco sistêmico, que é o risco do mercado exterior cair e o Brasil cair junto. No entanto, existe também o risco não sistêmico, que seria um cenário em que outros países caem e o Brasil consegue se segurar.

“A gente tem conseguido ter uma vantagem maior. Na hora que o mundo começar a subir por quaisquer sinais positivos, em sequência, acredito muito que a gente possa se antecipar e subir mais rápido, na frente”, defende Cohen.

Komura, da Ouro Preto, acredita que o impacto da deterioração das perspectivas para as principais economias do mundo pode levar o Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos.

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Com base nos últimos dados econômicos divulgados pelos Estados Unidos, o analista destaca que o Federal Reserve (Fed) precisa “apertar muito” as condições e ser mais duro em relação à política monetária, mantendo os juros em patamares restritivos por um tempo.

Segundo Meirelles, da InvestSmart XP, para o Ibovespa cair abaixo dos 100 mil pontos, o mercado precisaria ver mais surpresas negativas, uma vez que muito do pessimismo está precificado nos ativos.

“No cenário internacional, os investidores devem permanecer atentos aos dados de inflação e atividade dos Estados Unidos, nos dados de atividade da China e nos desdobramentos de conflitos geopolíticos. Aqui no Brasil, medidas para o fiscal devem pesar na precificação dos ativos do Ibovespa”, avalia o diretor.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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